Salvador

NORDESTE TERÁ BANCO GENÉTICO PARA INDENTIFICAR CRIMINOSOS

XIX Congresso Nacional de Criminalística está acontecendo em Salvador
| 13/11/2007 às 21:22
   A criação de um banco de dados nacional que possibilite o armazenamento de perfis genéticos de criminosos e ou suspeitos de delitos foi um dos assuntos discutidos, na de hoje (13), nos XIX Congresso Nacional de Criminalística, II Congresso Internacional de Perícia Criminal e XIX Exposição de Equipamentos Aplicados à Criminalística, que acontece até sábado no Bahia Othon Palace Hotel.
 
  A proposta já vem sendo executada em alguns estados do Norte e deve se estender à região Nordeste. A inclusão de todo o território nacional depende ainda de estudos que estão sendo realizados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).


  A experiência, nos estados do Pará, Amazônia, Amapá e Acre, foi relatada pelo perito criminal da Polícia Técnica Cientifica do Amapá, Pablo Abdon. Segundo ele, o banco é preenchido a partir de vestígios de material genético coletados em locais de crime. "Neste caso, a polícia não tem a identidade do criminoso, porém tem o seu perfil genético.
 
 Uma informação desse tipo nos possibilita identificar o raio de atuação do criminoso. Se ele pratica um crime no Pará e mais tarde é constatado o mesmo perfil genético em um crime no Amapá, a polícia já consegue obter a informação de que o responsável por determinado delito se deslocou e há ainda a possibilidade de relacionar os crimes", explicou.


  AMAZÔNIA

   De acordo com Abdon, o banco foi criado na área da Amazônia por conta de um freqüente problema enfrentado pelos profissionais da polícia técnica local. "O que acontecia era que nós colhíamos material genético, fazíamos todo um trabalho específico para recolhimento de dados, porém não tínhamos com o que comparar o material.
 Muitas vezes, o crime não possui nenhum suspeito e, sem um banco onde se possam analisar as amostras, o material acabava perdendo parte do valor", esclareceu.


  O banco de dados genéticos utilizados nos estados da região da Amazônia deverá servir de exemplo para um banco de dados nacional. "Existe a proposta para a criação do banco nacional, estudada pela Senasp, e nós pretendemos participar dessas discussões citando a nossa experiência. A nossa prioridade é estender o banco para toda a região Norte e, em seguida, abranger a região Nordeste - em especial aos estados de fronteira com o Norte", afirmou Abdon, referindo-se aos estados do Piauí, Maranhão e Bahia.


  De acordo com Abdon, a perícia criminal tem evoluído bastante em todo o território nacional. "Após a criação da Senasp, este setor conseguiu avançar muito no Brasil. A secretaria foi fundamental para a criação de novos laboratórios e, sem dúvida, isso tem facilitado bastante o nosso trabalho". Conforme Abdon, os problemas atuais enfrentados pelos criminalistas são os relacionados a pequenos laboratórios.
 
  "O que ainda acontece são dificuldades nos pequenos laboratórios, que ainda não conseguem se manterem sem os recursos do Governo Federal. Outro fator é a mão de obra, muito escassa", completou.


  Os congressos ocorrem simultaneamente no Centro de Convenções do Bahia Othon Palace Hotel, em Ondina. As palestras acontecem até sábado. A proposta do encontro é buscar a melhoria na prestação dos serviços à sociedade na área da Segurança Pública, com reflexos diretos no combate à violência. O tema oficial é "Perícia criminal: garantia do indivíduo, direito à verdade".