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Rosa de Lima

ROSA DE LIMA COMENTA MITOLOGIA, HISTÓRIA DE DEUSES E HEROIS,T BULFINCH

E quem escreveu este livro em análise foi Thomas Bulfinch (1796-1867) um norte-americano de
10/11/2023 às 11:41

Havia no mundo à Ocidente a à Oriente, antes do Império Romano, vários deuses que eram cultuados na Grécia antiga e na Europa de uma forma geral, nas civilizações do Egito, da Índia e da China, até que advém o cristianismo a partir das pregações do profeta Jesus Cristo e da fundação da igreja católica e o islamismo do profeta Maomé que surgiu no Oriente Médio e se espalhou pelo Oriente e Ocidente. 

O mundo era, portanto, politeísta com centenas de deuses. À Ocidente o mais relevante deles era Júpiter, o deus dos deuses; e à Oriente uma constelação de deuses e cultos sobretudo no Egito e na África com evocação a animais, sendo Isis, a cobra, um dos mais significativos.

Esse mundo politeísta foi diluído com o avanço do cristianismo a partir da adoção dessa nova concepção religiosa monoteísta (apenas um Deus) pelo Império Romano e o surgimento do profeta Maomé e da expansão de filosofias como o budismo e o hinduísmo.

Essa dualidade (cristão x muçulmanos) têm gerado inúmeros conflitos continentais e regionais e estamos vendo, neste momento, uma guerra em Israel e na Faixa de Gaza, evidente com amplos propósitos, mas, sobretudo, um conflito entre o judaísmo cristão e o judaísmo islâmico. 

É uma confusão enorme para entendimento diante do islamismo terrorista, mas que não é nenhuma novidade nesse campo. Na época da dominação romana na Judéia existiam os profetas que pregavam a expulsão dos romanos do seu território com a palavra (caso de Jesus, por exemplo) exigindo o retorno dos romanos à Roma e aqueles, como os sícaros (terroristas daquela época) que matavam os romanos com punhais. 

Há de se entender que tanto os cristãos se espalharam pelo mundo à Ocidente e à Oriente quanto os muçulmanos. Mesmo num país como a Índia (1.4 bilhão de habitantes) com predominância religiosa do hinduísmo (80%) cujo Deus cultuado se chama Brahma (no Brasil, a marca de uma cerveja), há os islamitas (14%) 196 milhões (quase a população do Brasil), os cristãos (3%) 42 milhões (mais cristãos de que toda população do Peru), os janaístas, os budistas e sikistas. E, se somarmos, por exemplo, os muçulmanos da Índia (196 milhões) com os da Indonésia (273.8 milhões habitantes com 90% islâmicos) são quase 400 milhões de adoradores de Maomé, um contingente equivalente a população da América Latina.

Vê, pois, quanto é complexo esse tema e observem, como agora, quanto são os muçulmanos radicados na Europa diante das manifestações pró Palestina nas ruas das grandes cidades. Estima-se que, só na França, são 400 mil almas.

O que vamos comentar, hoje, na nossa coluna de literatura é o livro de Thomas Bulfinch, intitulado "O Livro de Ouro da Mitologia - história de Deuses e Heróis (Editora Harper Collins, tradução de David Jardim Júnior, 2022, 367 páginas, R$60,00 nos portais da internet) e que traz um panorama geral das mitologias grega e romana, das divindades egípcias e oráculos, dos poetas da mitologia, dos monstros modernos, das mitologias oriental e nórdica, dos druidas e outros.

Um livro, portanto, em que o autor leva informações preciosas desse vasto mundo mitológico povoado por deuses e heróis de toda natureza, evidente, que não abarca todo o conhecimento sobre esse tema (o continente Africano salvo o Egito não é citado com seus orixás e inquices, etc) e que teve uma prevalência nos primeiros 10 séculos da humanidade sobre a face da terra.

E é um mundo extremamente rico e que, embora já tenha desaparecido em crença e religião diante da população de uma forma geral, segue encantando e servindo de inspiração e tema para poetas, escritores, musicistas, teatrólogos e assim por diante. Os deuses politeístas, as ninfas, os druidas, os cavalos alados, etc, ainda povoam a imaginação dos intelectuais e também a popular em expressão da arte e da cultura de uma forma ampla. E clássicos da literatura ocidental com a Odisseia e a Eneida são poemas que enaltecem esses personagens da ficção mitológica e são estudados à mancheia nos círculos acadêmicos das universidades. 

E também, ainda, hoje, os autores da ficção literária contemporânea, quer na prosa ou no romance, se utilizam muito desses personagens que, convenhamos são fantásticos e ninguém conseguir criar algo mais sugestivo, até porque, o monoteísmo cristão é de uma pobreza franciscana e se formos comparar, por exemplo, as aventuras de um Apolo ou de um dos seus filhos (Faetonte, etc) com Santo Antônio, o santo milagreiro de Lisboa e Pádua é mixórdio.

E quem escreveu este livro em análise foi Thomas Bulfinch (1796-1867) um norte-americano de Massachusetts conhecido por popularizar as histórias e os mitos de diversos povos, desde a Grécia e Roma Antigas até a Europa da Idade Média. 

Seu livro é encantador com narrativa simples e compreensível a todos iniciando com Prometeu e Pandora, Apolo e Dafne, Píramo e Tisbe, Céfalo e Prócris, Juno e suas rivais, Io e Calisto, Diana e Aetéon, Latona e os camponeses, Midas, Baucis e Filêmon, Prosérpina – Glauco e Silva, Ceis e Alcione, Vertuno e Pomona, Cupido e Psique, Cadmo e os mirmidões, Niso e Silva, Eco e Narciso, Clítia, Hero e Leando, Minerva, Níobe, Perseu e Medusa, Atlas, o velocino de outo, Medeia e Esão, Hérculos e Hebe, enfim todos os deuses da mitologia grega.

Bulfinch também aborda a guerra de Troia, a queda de Troia e op regressos dos gregos, Agamenon, Orestes e Electra, o regresso de Ulisses, os feácios e o destino dos pretendentes, as aventuras de Eneias, as harpias e Palinuro, as regiões infernais, Eneias na Itália, Camila e Evandro, Niso e Euríalo, Mezêncio e Turno, um comentário sobre Pitágoras e as divindades egípcias.

O autor completa sua obra com abordagens sobre os monstros modernos – a fênix, o basilisco, o unicórno e a salamandra ; a mitologia oriental – Zoroastro, Buda, as castas hindus, Dalai Lama; a mitologia nórdica – as valhadas e as valquírias, a morte de Badur, os druidas, Iona e Beowulf.

Um livro completo e básico sobre o tema da mitologia.