Política

LANÇADO MANIFESTO CIDADE DAS MULHERES PEDINDO MAIS SEGURANÇA EM SSA

Ação politica na capital com presença da vereadora Aladilce Souza
MB , da redação em Salvador | 21/12/2025 às 21:15
Ação politica na capital
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  *Lançado manifesto “A cidade das mulheres*
*precisa ser mais segura, justa e democrática”*

_Aladilce participou do evento que lotou o auditório do Palácio da Aclamação_

“Toda vez que os direitos do meu filho são negados, eu também sofro uma violência”. O desabafo dessa mãe, ao lado do filho autista, de 14 anos de idade, na tarde de quinta-feira (18), resumiu parte das dificuldades enfrentadas por muitas soteropolitanas que dependem dos serviços públicos de saúde, educação, transporte, segurança, entre outros, no dia a dia da capital baiana, a Cidade das Mulheres, onde elas representam 54,4% da população. A moradora de Cajazeiras era uma das dezenas de mulheres que lotavam o auditório do Palácio da Aclamação, no lançamento do manifesto “A cidade das mulheres precisa ser mais segura, justa e democrática”.

Fruto dos debates realizados em quatro oficinas do projeto “Salvador, a cidade das mulheres”, promovido pelo Instituto de Inovação Tecnológica, Gestão e Desenvolvimento Social (IADES), em parceria com a ONG Amparamulher, o documento será encaminhado às principais autoridades do estado e do município nas áreas apontadas como mais vulneráveis. Além da deficiência de transporte público, serviços de saúde e educação, as mulheres apontaram os altos índices de feminicídio, assédio e outras formas de violência.

A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) participou de todo o processo de escuta em diferentes comunidades e fez questão de prestigiar a plenária final, destacando a importância da “construção de uma cidade segura e inclusiva”. Líder da bancada da oposição na Câmara, ela sugeriu a criação de canais de organização das mulheres nos bairros, para dar continuidade à mobilização. “Podemos reivindicar espaços em escolas públicas de tempo integral para as atividades, elas precisam abrir as portas para as comunidades, para as mulheres continuarem fazendo a luta por uma cidade que seja digna e inclusiva para as mulheres. Porque se a cidade for boa para as mulheres, ela será boa para todas as pessoas”, declarou.

*Chefes de famílias*

O ciclo de oficinas fez parte da mobilização nacional “21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”. O governador Jerônimo Rodrigues foi representado pelas secretárias de Políticas para Mulheres, Neuza Cadore, e de Promoção da Igualdade Racial, Ângela Guimarães, que se colocaram à disposição para encaminhar políticas públicas apontadas no Manifesto, destacando as ações sociais nas esferas federal e estadual que colocam a mulher na centralidade.

A mesa do evento contou com as presenças, ainda, de Carolina Dias, representante da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob); Larissa Gonçalves, da Secretaria Estadual de Educação; Mônica Campos, da Sesab; Cristiane Taquari, da Secult-Ba; Iracema Silva, da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ); e Silvanete Brandão, da Abadef. O Manifesto foi lido por Natália Gonçalves, da União Brasileira de Mulheres.

Isabela Conde, do Amparamulher, e Cláudia Bezerra, do IADES, chamaram atenção para o fato das mulheres movimentarem a economia da capital baiana, diante da constatação de que a maioria das famílias são chefiadas por mães e avós, que precisam de oportunidades e políticas públicas. A Carta-Manifesto foi escrita baseada nos principais entraves apresentados pelas participantes das oficinas realizadas nos bairros da Federação, Cajazeiras, Península Itapagipana e Cabula. Vários grupos de mulheres participaram do ato, a exemplo do Flor de Cacto, da Associação Mirante do Bonfim e das idosas do Poder Grisalho, que dançaram encerrando a plenária de forma festiva.