O levantamento, realizado entre 6 e 9 de novembro com 2.004 entrevistas presenciais, mostra que a curva positiva registrada desde julho arrefeceu.
Tasso Franco , da redação em Salvador |
12/11/2025 às 14:09
Lula da Silva
Foto: Ricardo Stubcker
A avaliação do governo Lula (PT) parou de melhorar e voltou a oscilar para baixo, segundo a Genial/Quaest: 50% desaprovam e 47% aprovam a gestão, com impacto direto da crise da segurança pública e da megaoperação no Rio.
O levantamento, realizado entre 6 e 9 de novembro com 2.004 entrevistas presenciais, mostra que a curva positiva registrada desde julho arrefeceu. A desaprovação subiu um ponto; a aprovação caiu um ponto. A margem de erro é de 2 pontos; nível de confiança de 95%.
A Quaest atribui o freio à pauta da segurança, em especial à ação policial que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro e abriu atrito político entre Brasília e o governo fluminense. O pesquisador Felipe Nunes resume o momento como interrupção da “lua de mel tardia” com o eleitorado independente.
A administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém um quadro de estabilidade e polarização na avaliação popular, conforme recorte da Paraná Pesquisas divulgado nesta terça 11/11.
O presidente registra 45,9% de aprovação e 50,9% de reprovação, com 3,2% que não souberam responder.
O dado consolida um cenário de divisão nacional e confirma recuperação parcial do governo após momentos de maior desgaste em 2024.
VIOLÊNCIA FREIOU CRESCIMENTO DE LULA
O aumento da preocupação com a violência no país tem impactado diretamente a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (12) mostra que o governo é aprovado por 47% dos brasileiros e desaprovado por 50%, com 3% que não souberam ou não responderam - praticamente o mesmo cenário de outubro, quando os índices foram de 48% e 49%, respectivamente.
Segundo o instituto, o “freio” na sequência de melhora do governo observada desde julho está relacionado à operação policial de 28 de outubro, que resultou em 121 mortos e elevou a violência à principal preocupação nacional, saltando de 30% para 38% das menções. A economia aparece bem atrás, com 15%.
A ação no Rio é aprovada por 67% dos entrevistados, número semelhante ao apurado entre moradores do estado logo após o episódio. O mesmo percentual acredita que não houve uso excessivo da força, contra 29% que discordam.
Apesar da aprovação à operação, a imagem de Lula recuou entre independentes, grupo em que a desaprovação passou de 48% para 52% e a aprovação caiu de 46% para 43%.
Entre os católicos, a aprovação caiu de 54% para 50%, e a desaprovação subiu de 44% para 47%. Já entre os evangélicos, ocorreu o inverso: a rejeição diminuiu de 63% para 58%, e a aprovação subiu de 34% para 38%.
A atuação do governo Lula na segurança pública é classificada como regular por 36%, negativa por 34% e positiva por 26%. Em março, esses índices eram de 32%, 38% e 25%, respectivamente.
A Quaest ainda detectou que 73% dos brasileiros defendem que organizações criminosas sejam tratadas como terroristas. Outras medidas duras também têm apoio expressivo:
88% aprovam o aumento de pena para homicídios ordenados por facções;
65% apoiam o fim da visita íntima a criminosos presos;
e 60% apoiam a PEC da Segurança, proposta pelo governo federal.
Já a transferência da responsabilidade da segurança pública para o governo federal tem apoio de 52%, enquanto 46% preferem manter a gestão estadual. A liberação de armas segue rejeitada por 70% da população.
Declarações de Lula geram discordância
A fala de Lula afirmando que traficantes são “vítimas de usuários” foi reprovada por 81% dos brasileiros, incluindo 66% de lulistas. Entre os entrevistados, 51% acreditam que o presidente expressou sua opinião sincera, e 39% acham que houve mal-entendido.