De acordo com a pesquisa, publicada pelo Estadão, 56,1% dos deputados e 55,6% dos senadores apontam Tarcísio como o candidato mais viável para unir a direita. Em segundo lugar aparece o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD)
Tasso Franco , da redação em Salvador |
10/11/2025 às 18:31
Tarcisio Freitas
Foto: Paulo Jacob Gov SP
A maioria dos parlamentares do Congresso Nacional enxerga no governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, o nome mais preparado para liderar e unificar a direita nas eleições presidenciais de 2026 caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permaneça inelegível. O levantamento do Ranking dos Políticos divulgado nesta segunda (10) indica que o político é o favorito de deputados e senadores, embora a maior parte deles avalie que o campo conservador deve chegar dividido à disputa.
De acordo com a pesquisa, publicada pelo Estadão, 56,1% dos deputados e 55,6% dos senadores apontam Tarcísio como o candidato mais viável para unir a direita. Em segundo lugar aparece o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), com 15% das menções na Câmara e 11,1% no Senado.
Michelle Bolsonaro (PL) surge logo atrás, com 11,2% e 7,4%, respectivamente. Outros nomes lembrados foram os governadores Ronaldo Caiado (União), Romeu Zema (Novo) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), mas com índices bem menores.
O estudo ouviu 107 deputados de 20 partidos e 27 senadores de 12 legendas entre 21 e 31 de outubro, por meio de entrevistas presenciais e telefônicas. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança, de 95%.
Na avaliação do diretor de operações do Ranking dos Políticos, Luan Sperandio, o resultado confirma a consolidação de Tarcísio como principal liderança conservadora do momento, embora ainda sem o respaldo explícito de Bolsonaro.
“Ainda tem o fato de ele não contar com declarações públicas de seu padrinho político, Jair Bolsonaro, o que acaba facilitando a criação de várias candidaturas da direita em 2026 que buscam se viabilizar”, afirmou.
Entre os deputados, 48,6% consideram Tarcísio o principal nome do campo conservador, seguido por Eduardo Bolsonaro (15%), Michelle Bolsonaro (13,1%), Ratinho Júnior (9,3%) e Zema (3,7%). No Senado, o governador paulista também lidera, com 44,5%, à frente de Eduardo e Michelle, empatados em 14,8%.
Apesar da vantagem de Tarcísio, 67,3% dos deputados e 63% dos senadores acreditam que a direita chegará fragmentada às urnas para disputar a tentativa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apenas 29,9% e 22,2%, respectivamente, consideram possível uma união, ainda que em torno de alianças entre partidos distintos.
“Uma coisa é ter vários candidatos que contribuam na discussão, outra é se eventualmente enveredar a ataques entre eles, o que pode prejudicar e fazer com que o representante (da direita) chegue fragilizado a um segundo turno”, pontua Sperandio.
O levantamento também mostrou o crescimento da lembrança de Ratinho Jr., que não havia sido citado na edição de 2023, mas agora supera Zema e Caiado entre os preferidos do Congresso. Para Sperandio, o desempenho do paranaense indica o surgimento de uma nova geração de lideranças conservadoras no país.
“Não só o Ratinho, mas temos outros nomes jovens que vão estar no jogo nas próximas eleições e não necessariamente precisam se visibilizar no próximo ano. Certamente essa safra de governadores é uma nova geração na política que vamos ver nas próximas duas décadas”, completou.