Política

VIOLÊNCIA ARMADA EM SALVADOR: CRUZ VERMELHA ATUARÁ NO PROTEÇÃO DE BENS


Bruno Reis recebe comitê da Cruz Vermelha para discutir o programa “Acesso Mais Seguro” em Salvador
Tasso Franco , da redação em Salvador | 22/10/2025 às 19:08
Prefeito e equipe na reunião com integrantes da Cruz Vermelha
Foto: Valter Pontes


O prefeito de Salvador, Bruno Reis, e representantes de secretarias municipais se reuniram nesta quarta-feira (22), no Palácio Thomé de Souza, com integrantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para tratar do programa Acesso Mais Seguro (AMS). A iniciativa, já implementada em diversas pastas, busca fortalecer o funcionamento dos serviços públicos e a proteção de servidores e cidadãos em contextos afetados pela violência armada.

Participaram da reunião os secretários Júnior Magalhães, de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre); Rodrigo Alves, de Saúde (SMS);  Alexandre Tinoco, de Gestão (Semge); e Cacá Leão, de Governo (Segov). Além deles, estiveram presentes a subsecretária de Educação, Isabela Cabral, e a diretora de Políticas para Mulheres da SPMJ, Fernanda Cerqueira.

A agenda da delegação em Salvador também incluiu uma visita ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da Engomadeira nesta quarta. Além disso, a capital baiana sediará pela primeira vez o Encontro Nacional da Rede Acesso Mais Seguro, que acontecerá nos dias 26 e 27 de novembro. O evento reunirá representantes de todo o país para troca de experiências, apresentação de resultados e discussão das próximas etapas do programa.

Durante a reunião no Palácio Thomé de Souza, o prefeito destacou a necessidade de ampliar a área de abrangência do programa na cidade, a partir das áreas onde existem mais pontos de tensão. “Hoje, infelizmente, existe uma disputa do tráfico de drogas em muitas regiões da cidade, o que acaba afetando a prestação dos serviços públicos, desde o transporte ao funcionamento das nossas unidades. A partir de protocolos específicos, é possível garantir maior segurança e o funcionamento dos serviços. Essa é uma necessidade real da nossa cidade”, pontuou o chefe do Executivo municipal.

No total, a capital baiana tem 34 unidades públicas (incluindo unidades de saúde, educação e ação social) com Plano de Contingência validado. Atualmente, 21 unidades utilizam a plataforma Acesso Mais Seguro (AMS), que já resultou em 1.468 notificações de baixo risco; 294 de médio risco; 72 de alto risco; e 98 de risco crítico.

Além disso, mais de 500 servidores se inscreveram em uma capacitação EaD sobre comportamentos mais seguros e 150 servidores foram treinados presencialmente na plataforma AMS.

A adesão de Salvador ao programa surgiu da necessidade de ampliar a proteção nos equipamentos públicos e garantir a descentralização das decisões sobre a continuidade ou não do funcionamento das unidades em situações de violência armada. 

Coordenadora nacional do programa, Giselle Corrêa explicou que o objetivo da iniciativa é treinar os servidores para a análise de contexto, identificação dos sinais de risco e tomada de decisão mais rápida. “Não é para ensinar a fechar unidade; é para haver leitura melhor do contexto e continuar operando de uma forma mais segura. É uma ferramenta para mitigar riscos”, disse.

Ela também elogiou uma característica “excepcional” da aplicação do programa em Salvador, que é a articulação feita pela Secretaria de Gestão (Semge) entre os órgãos participantes, incluindo as secretarias de Saúde (SMS), Educação (Smed), Promoção Social (Sempre) e Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ). “Esse modelo é inspirador e queremos transmitir isso no Encontro de Rede daqui a um mês”, afirmou Giselle.

O secretário de Gestão, Alexandre Tinoco, agradeceu ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha pela parceria com a gestão municipal. “Este programa é um exemplo de como a gestão pública pode proteger servidores e cidadãos, ao mesmo tempo em que promove integração e capacitação das equipes. Receber o encontro nacional aqui é um orgulho e reforça nosso compromisso com a segurança e o bem-estar da população”, disse Tinôco.