Política

IVANA SINALIZA Q DEPUTADO ALAN PRATICOU ATO MACHISTA COM A PRESIDENTE

“Eu acho porque ali estava sentada uma presidente, uma mulher. Porque se tivesse sentado ali um presidente homem, não teria acontecido aquilo, mas a gente está acostumada", disse a presidente
Tasso Franco ,  Salvador | 03/09/2025 às 10:27
Momento do tete-à-tele Ivana x Alan (a esquerda da foto embaixo) ao lado de Rosemberg
Foto: Sandra Travassos
  O deputado Alan Sanches (UB), vice-lider da oposição na Assembleia Legislativa ainda não se prouncionou sobre o desentendimento que teve com a presidente da Assembleia, Ivana Bastos (PSD), que entendeu como relacionado ao "machismo". Isto é: o desentendimento só aconteceu porque uma mulher é a presidente da Casa e se fosse um homem não teria ocorrido.

  O QUE ACONTECEU

  Havia um acordo de lideranças para votar os projetos em pauta. Já no final da sessão, a presidente Ivana Bastos anunciou o líder da minoria, Tiago Correia (PSDB), como orador. Como ele estava ausente no plenário, o deputado Alan Sanches dirigiu-se à Tribuna, ocasião em que foi questionado pela presidente o motivo de estar substituindo o colega de bancada. 

  “Eu sou líder. A senhora deveria saber que na ausência do líder, o vice-líder passa a exercer a liderança”, disse Sanches. Ivana rebateu dizendo que não sabia que Correia estava ausente quando foi chamado para fazer uso da palavra.

  Os ânimos ficaram a flor da pele. Alguns deputados da oposição não concordavam com o acordo dos lideres. O deputado Diogo Castro (PL) foi a tribuna e disse que o projeto de reestruturação das forças de segurança era falho e não contempla os policiais. No momento da votação deste PL, Alan Sanches pediu verificação de quórum. A essa altura o prazo de análises e outros (verificação de quórum inclusive) já se tinha se esgotado.
  
  Alan então elevou o tom:

  “Eu tenho aqui um minuto com a mão alta, a senhora não levantou a vista, eu estava aqui pedindo. Antes da votação, a gente tem o direito de pedir a verificação de quórum. Presidente, com todo o respeito, eu quero saber como é que eu faço para me comunicar com a senhora que está presidindo quando a senhora está de olhos abaixados. A deputada que está hoje na primeira secretaria [Fabíola Mansur] não estava no microfone, o microfone está fechado”, argumentou Sanches, que completou: “O microfone está fechado, eu posso gritar da próxima vez, não tem problema. Eu só queria que a senhora tivesse compromisso, eu sei que vossa excelência é da base do governo, eu não tenho problema com isso, mas a senhora precisa ser justa com a oposição em respeitar o direito da minoria”, frisou.

  MAL-ESTAR DESAGRADÁVEL

Em entrevista à imprensa após a sessão, a presidente Ivana Bastos falou:

“Eu acho porque ali estava sentada uma presidente, uma mulher. Porque se tivesse sentado ali um presidente homem, não teria acontecido aquilo, mas a gente está acostumada, a gente vai tocando aí de cabeça erguida e mostrando o resultado. Foram 14 projetos hoje, semana passada, se eu não me engano, foram dez projetos e assim a gente está com esse ritmo aqui na ALBA. E esses aborrecimentos que acontecem, eu acredito que com o tempo vão, como é que eu posso lhe dizer, [eles] vão aceitar ter uma mulher à frente da presidência e os ânimos vão se acalmar”, pontuou.