Política

ALCIONE RECEBE TITULO DE CIDADÃ BAIANA PROPOSTO POR OLIVIA SANTANA

Aconteceu hoje na Assembleia Legislativa
Tasso Franco , Salvador | 26/05/2025 às 14:54
Alcione com as deputadas Ivana Bastos e Olivia Santana
Foto: Vaner Casaes
O samba dominou a manhã ensolarada de hoje (26.05) na Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA na homenagem à cantora maranhense Alcione, agraciada com o Título de Cidadã Baiana através de proposição da deputada Olívia Santana (PCdoB). “É apenas a confirmação da baianidade desta grande figura da MPB e do samba, porque espiritualmente ela já é baiana há muito tempo. Há pelo menos meio século, quando gravou, em 1975, “Aruandê”, de Edil Pacheco e Nelson Rufino; e estourou no Brasil inteiro, em 1977, com o samba "Ilha de Maré", do grande baiano Walmir Lima”, diz a presidente da ALBA, deputada Ivana Bastos.

Para Olívia Santana, ao laurear Alcione, a ALBA faz a “consagração da nossa ancestralidade, da musicalidade e da força da mulher negra”. “Alcione Dias Nazareth, uma das maiores intérpretes da música popular brasileira, é também símbolo da resistência. Tem uma relação profunda e afetiva com a Bahia, interpretando composições de Edil Pacheco, Walmir Lima, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Riachão e Tonho Matéria, além de homenagear grupos tradicionais como Ilê Aiyê, Olodum e Araketu. Seu compromisso com a música e a cultura do Estado a torna, de fato, uma filha da Bahia”, elogia a autora da proposição, deputada Olívia Santana.

Olívia revela que viveu, na manhã de hoje, uma das suas maiores emoções como parlamentar: “Foi muito emocionante. Alcione é uma das maiores vozes do Brasil. Essa mulher cantou a Bahia, a Ilha de Maré, a Lavagem do Bonfim. Tudo o que ela grava vira sucesso. Ela divulga a cultura e a força do povo baiano. O que seria do Brasil sem o samba e sem a voz ancestral de Alcione?".

Natural de São Luís, no Maranhão, carinhosamente chamada de “Marrom”, Alcione também é trompetista e clarinetista. Filha do maestro João Carlos Dias Nazareth, regente da banda de música da Polícia Militar do Maranhão, entre 1935 e 1966, ela começou na música aos 9 anos, tocando vários instrumentos e cantando nas festas da família. Do pai, gravou as canções “Cajueiro Velho” e “Etelvina, Minha Nega”.

Presente à solenidade, o sambista e compositor Edil Pacheco disse que “Alcione é um patrimônio do Brasil”. “Ela já faz parte da identidade baiana por ser uma das intérpretes mais respeitadas do mundo do samba e que gravou inúmeros artistas baianos. Sempre foi uma porta-voz da cultura brasileira e defensora da democracia, por isso a homenagem é mais do que merecida”, declarou Edil, parceiro de Nelson Rufino em “Aruandê”.

Além de Edil, estavam presentes na sessão solene os compositores Tonho Matéria, Chocolate da Bahia, Jota Veloso, Walmir Lima e Nelson Rufino; as cantoras Juliana Ribeiro, Gal do Beco e Aila Menezes; a atriz Gessy Gesse; o agitador cultural Clarindo Silva; os secretários de Estado Bruno Monteiro, da Cultura; do Trabalho, Augusto Vasconcelos; e Ângela Guimarães, da Promoção da Igualdade Racial; a Yakekere do Gantois, Ângela Ferreira; a influencer Tia Má; a deputada federal Alice Portugal; e os deputados estaduais Robinson Almeida e Cláudia Oliveira.