Política

PCdoB SE REVOLTA COM JERÔNIMO E PROMETE NÃO VOTAR EM RANGEL PARA O TCM

Veja o que fiz a nota da direção do PCdoB na Bahia
Tasso Franco ,  Salvador | 28/02/2024 às 17:46
Deputado Fabricio Falcão, o rifado
Foto: BJÁ
   A bancada do PCdoB na Assembleia Legislativa da Bahia e que integra o agrupamento intitulado Federação (PCdoB, PT, PV) constituida por 4 deputados - Fabrício Falcão, Olivia Santana, José e Bobó - se revoltou com a manobra do governo Jerônimo Rodrigues (PT) para retirar o deputado estadual aliado Fabrício Falcão (PCdoB) da disputa para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), e não votará no candidato petista Paulo Rangel. 

  Em nota divulgada no site do partido e à imprensa, o PCdoB anunciou que se ausentará da votação para escolha do novo integrante da Corte de Contas é um "lamentável desrespeito". O PCdoB segue aliado da base politica até porque o ex-deputado federal Davidson M agalhães é o atual secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia cargo que já foi ocupado por Olivia Santana e o ex-deputado Alvaro Gomes, ambos do PDdoB.

VEJA A NOTA DO PCDOB

Como se sabe, o PCdoB indicou o respeitado deputado Fabrício Falcão para participar do processo de eleição do Conselheiro do TCM na Assembleia Legislativa. Ele reúne as qualidades técnicas, políticas e profissionais para a ocupação da vaga, já que tem vasta experiência parlamentar e formação acadêmica. A apresentação também foi decorrente de um compromisso do governo em torno da indicação de um quadro do PCdoB, depois de na eleição anterior, na qual o deputado Fabricio também era candidato, a candidatura foi retirada para atender um apelo para o apoio a Aline Peixoto.

Não somente foi ignorado o acerto em torno da indicação desta vaga, como foi montada uma operação – um verdadeiro rolo compressor – de inviabilização até mesmo da inscrição para a disputa na Assembleia, não permitindo nem o direito democrático do deputado candidatar-se – uma ação absolutamente injustificável, quando se trata de impedir a qualquer custo o protagonismo de um aliado histórico do PT desde 2006, ano em que derrotamos o carlismo na Bahia. E para completar, a imprensa já anuncia que a vaga seguinte irá para um outro partido, um acordo feito pelo PT e pelo governo, ou seja, excluindo, isolando o PCdoB, uma política deliberada de contenção de um partido de esquerda, de restringir o crescimento de um parceiro.

Diante de tais acontecimentos e resguardando nossa autonomia política, definimos por não comparecer para votar no dia da eleição do conselheiro na Assembleia Legislativa, deixando claro publicamente que não aceitamos a postura desrespeitosa a que fomos submetidos. E mais adiante, vamos examinar melhor o caso na direção do partido para tirar as devidas consequências.

O PCdoB vai completar 102 anos de história neste mês, sempre presente nas lutas do povo brasileiro por democracia e direitos sociais. Nos orgulhamos de nossa trajetória e episódios desse tipo só reforçam nossa unidade para seguirmos firmes e de cabeça erguida em busca da superação dos desafios que se apresentam. (Direção Estadual - Bancada do PCdoB da Assembleia Legislativa).

COMENTÁRIO DO BJÁ

A nota do PCdoB não altera os rumos da eleiçãoi e praticamente segue assegurada a vitória do deputado petista Paulo Rangel. Sem os votos dos 4 deputados do PCdoB e, provavelmente, o de Hilton Coelho (PSOL), que havia prometido votar em Fabricio, a base de 43 deputados ficará desfalcada de 5 votos e deve conferir a Rangel, 38 sulfrágios ou um pouco menos se algum outro não poder comparecer a ALBA no dia da eleição. O outro candidato, Marcelo Nilo, deverá ter os 18 votos da oposição.

A nota, no entanto, é um sinal de alerta, uma vez que é a terceira vez que Fabrício tenta entrar no TCM e é barrado pelo PT e, recentemente, o colégio eleitoral da base presidido por Jerônimo, preteriu a deputada Olivia Santana como candidata a prefeita da capital, optando por Geraldo Jr (MDB). 

O que vai acontecer no futuro é imprevisível, mas, de toda sorte, um aliado tão fiel do PT não pode ser tratado desta maneira, e uma nova investida contra os comunistas pode ser fatal para o governo.