As conversas com o governador ainda não começaram e serão nos primeiros meses de 2022
Tasso Franco , Salvador |
08/12/2021 às 10:17
Deputada federal Lidice da Mata, do PSB
Foto: BJÁ
Até agora, os partidos aliados da base governista Rui Costa (PT), em especial o PCdoB e o PSB, ainda não se manifestaram publicamente em relação à sucessão do governador, em 2022, se gostariam de integrar a chapa majoritária ou se vão apoiar o que for definido pelo PT, PSD e PP.
Ontem, o presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes (PSD), personalidade relevante no partido que o senador Otto Alencar comanda no estado, disse em opinião pessoal, que a chapa será Jaques Wagner (a governador), Otto Alencar (a senador) e um nome do PP na vice. E mais acrescentou que Rui ficará até o final do seu mandato, em 31 de dezembro de 2022.
Trata-se, evidente, de uma opinião pessoal, porém, abalizada, uma vez que Adolfo é a terceira personalidade mais importante do PSD - os dois principais são os senadores Otto Alencar e Angelo Coronel - e ultimamente tem andado muito com o governador Rui Costa em inaugurações no interior do estado. Tem peso, pois, sua declação, e, num sentido mais amplo, pode representar o pensamento de Otto Alencar, o qual, em passado recente disse que só falaria da sucessão em março de 2022, porém, não mexe uma palha no sentido de almejar ser o candidato a governador.
Nos bastidores da política sabemos quando um possível pré-candidato se movimenta e, de fato, não vemos qualquer movimento de Otto nessa direção e os deputados do seu partido que, antes, falavam desse tema com desenvoltura se calaram, salvo o senador Angelo Coronel que ainda não disse nem sim; nem não.
Adolfo, portanto, está convicto de que a chapa será Wagner, Otto e PP e que João Leão vai aceitar e o PCdoB e o PSB também. Admite, no entanto, que muita água ainda vai rolar embaixo da ponte até a decisão final que, de fato, só acontecerá em 2022.
Tivemos, hoje, um novo indicador na política nacional que poderá refletir na política baiana, o PT avisou ao PSB que não vai abrir mão da candidatura de Fernando Haddad ao governo de São Paulo no ano que vem. A retirada de Haddad em favor de Márcio França tem sido colocada como condição do PSB para aceitar em seus quadros o ex-governador Geraldo Alckmin, sondado por Luis Inácio Lula da Silva para ser vice em sua chapa para a presidência da República.
Vê-se, pois, que o PT adora apoios, mas, na hora da dar apoios cria empecilhos. Na Bahia tem o fato relevante de que, em 2018, a então senadora Lidice da Mata (PSB) foi rifada na possibilidade de uma candidatura à reeleição, o PT apoiando a candidatura de Angelo Coronel, do PSD, de Otto Alencar.
Em 2022, Lidice tambám aceitará de maneira pacífica apoiar uma possível chapa PT-PSD-PP?
Na mesma linha, pergunta-se: o PCdoB que não teve apoio do PT à sua candidata a prefeita de Salvador, Olivia Santana, em 2020, também aceitará?
São questões que estão postas no caminho das conversas que serão certamente abertas pelo governador Rui na hora oportuna e que ainda não estão acontecendo.