Política

PACHECO REJEITA IMPEACHMENT MORAES, MAS CALDEIRÃO SEGUE FERVENDO (TF)

Veja repercussão do caso e novas declarações de Bolsonaro num assunto ainda sem fim previsto
Tasso Franco , da redação em Salvador | 26/08/2021 às 12:13
Bolsonaro na Rede e o câncer do país
Foto: REP
   A decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM/MG), em rejeitar o pedido de impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes, em ação protocolada pelo presidente Jaqir Bolsonaro, anunciada na noite de ontem, não causou surpresa no meio político. 

  Até porque, antecipadamente, antes mesmo da matéria ser analisada pela Advocacia Geral do Senado, Pacheco já tinha antecipado à imprensa que não daria admissibilidade a ação de Bolsonaro, ainda que levasse a matéria (como levou) para parecer da AGS. A decisão da AGS deu-se em tempo de urgência e, ontem, Pacheco colocou um ponto final no assunto.

  Segundo a Agência Senado, Pacheco explicou que submeteu a denúncia de Bolsonaro contra Moraes à Advocacia do Senado, que emitiu um parecer técnico considerando a peça sem adequação legal. Além do aspecto jurídico, Pacheco justificou a decisão citando a preservação da independência entre os Poderes, e disse acreditar que ela é uma chance para que as crises institucionais sejam deixadas para trás.

— Há também o lado político de uma oportunidade dada para que possamos restabelecer as boas relações entre os Poderes. Quero crer que esta decisão possa constituir um marco de pacificação e união nacional, que tanto pedimos, e é fundamental para o bem-estar da população e para a possibilidade de progresso e ordem no nosso país.

   Hoje, o presidente Bolsonaro reagiu e disse que Pacheco usa dois pesos e duas medidas na Casa. "O presidente do Senado, o senhor Pacheco, ele atendeu e acolheu uma decisão da sua advocacia, advocacia lá do Senado. Agora, quando chegou uma ordem do ministro Barroso para abrir uma ordem da CPI da Covid, ele mandou abrir e ponto final. Ele agiu de maneira diferente de como agiu no passado", disse Bolsonaro, em entrevista à Radio Jornal, de Pernambuco.

Na noite desta quarta-feira (25/8), JB exibiu o trecho de um vídeo de uma live datada de abril nas redes sociais. Na publicação, o presidente afirma saber onde está o "câncer do Brasil" e relata que "sabe o que tem que fazer". Ele destaca ainda que "há como ganhar essa guerra", caso a população esteja munida de informação.

"A gente só ganha a guerra, pessoal, se tiver informações. Se o povo tiver bem informado, tiver consciência do que está acontecendo, a gente ganha essa guerra. Alguns querem que a gente seja imediatista. Eu sei o que tem que fazer. Dentro das quatro linhas da Constituição. Se o povo, cada vez mais, se inteirar, se informar, cutucar seu vizinho, mostrar para ele o futuro do nosso Brasil, a gente ganha essa guerra. Eu sei onde está o câncer do Brasil, nós temos como ganhar essa guerra. Se esse câncer for curado, o corpo volta à normalidade. Estamos entendidos? Se alguém acha que eu tenho que ser mais explícito, lamento", bradou.
                                  
  Então, pelas informações subsequentes a decisão do presidente do Senado, vê-se que o 'ponto final' dessa assunto ainda não foi dado. O presidente continua contestando as decisões tomadas pelo STF, em especial às relacionadas por Alexandre de Moraes e Luis Barroso, embora tenha decidido que não entrará mais com uma ação contra Barroso, nos mesmos moldes da de Moraes junto ao Senado.

   Nos meios político e social esse assunto ainda está efervescente, pelo menos até o dia 7 de Setembro, quando estão agendadas manifestações de rua pró-Bolsonaro no país. Ninguém tem a mínima ideia do que poderá acontecer a partir desta data ou nesta data. O caldeirão segue fervendo. (TF)