Política

FAMILIARES E INTEGRANTES DO ILÊ AIYÊ FAZEM ORAÇÕES POR MULHERES MORTAS

Com Metro 1 informações
Da Redação ,  Salvador | 08/06/2021 às 10:43
Viviane e Morena
Foto: REP
     Familiares, amigos e integrantes do bloco afro Ilê Ayiê vão se reunir nesta terça-feira (8) para uma oração na rua dos Pinhais, no Curuzu. Na tarde da última sexta-feira (4), o local foi cenário de uma operação policial desastrosa, que terminou com a morte de duas moradoras do bairro: Maria Célia, de 69 anos, e Viviane Soares, de 36. 

Elas estavam na porta de casa quando uma viatura, em perseguição a um bandido, chegou disparando. Maria Célia foi atingida na cabeça e morreu na hora. Viviane foi atingida na costela, foi levada para o Hospital Ernesto Simões Filho, mas não resistiu aos ferimentos.

"Estamos com medo de tudo que aconteceu. Aqui sempre foi uma rua tranquila, mas agora tenho medo até de sair de casa. O que os policiais fizeram não tem justificativa. Como é que entra em um bairro atirando desse jeito? Sem qualquer tipo de preocupação com as pessoas que mora aqui?", desabafa Natália Miranda, irmã de criação de Viviane.

Natália presenciou a operação policial de perto. Ela conta que estava na porta conversando com Viviane e que, ao subir as escadas de casa, ouviu um barulho de tiro, o som de um carro e gritos. Quando voltou para a rua, viu dois corpos estendidos na rua.

"Reconheci Viviane pela touca vermelha que ela estava usando. A gente ainda insistiu que os policiais levassem as duas logo para o hospital, mas eles demoraram para fazer isso. Disseram que as duas já tinham morrido, mas não era verdade. Viviane ainda agonizava e poderia ser salva se eles fossem mais agéis", diz Natália.

Em nota, a Polícia Militar informou que equipes da Operação Apolo foram acionadas, com informações de que um carro roubado no bairro de Nazaré, na noite de sexta-feira, estaria no Curuzu. Disse ainda que, durante buscas na região, os policiais identificaram duas mulheres alvejadas por disparos de arma de fogo e levaram as vítimas ao Hospital Geral Ernesto Simões Filho (HGESF).