Política

FHC ESQUECE A 'HERANÇA MALDITA' E ERRA AO SE ENCONTRAR COM LULA (TF)

Lula apagou o "Fora FHC" como se isso não foi pra valer no governo tucano
Tasso Franco , da redação em Salvador | 21/05/2021 às 18:24
Toque de punhos, antigo aperto de mãos
Foto: rep
   Quando falamos neste site que político brasileiro é tudo igual tem pessoas que ainda duvidam e acham que exageramos. Pois, vejam, o que aconteceu no segundo governo FHC, o PT, Lula, os petistas, os aliados do PT e outros passaram 4 anos berrando nas praças públicas com cartazes, na internet, em entrevistas, nas emissoras de rádio, com o grito "Fora FHC". 

  Virou um carma. Onde se andava, mesmo que fosse uma passeata para Jesus tinha algum petista com uma plaqueta "Fora FHC".

   Depois do governo FHC, já que não conseguiram derrubá-lo com um golpe, cunharam a expressão "Herança Maldita" muito usada no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas - na Bahia foi uma farra - e na campanha Dilma Rousseff x Aécio Neves os 'tucanos' foram enxovalhados ao extremo. Aécio sofreu o 'pão que o diabo amassou' uma vez que era o representante de FHC e, mesmo que tentasse dizer que era o new PSDB, não adiantou nada.

   Eis que, agora, aparecem FHC e Lula dialogando, três horas de conversa na casa de Jobim, articulando para derrubarem Bolsonaro. A isso chamaram de encontro democrático para 'salvar o país' ou coisa parecida, a essa altura, se supõe, FHC completamente esquecido do que aconteceu no seu governo e Lula, em igual maneira, com a sua cara de peroba, fazendo de conta que o "Fora FHC" nunca aconteceu de verdade, era apenas uma peça de natureza política, e há, um mal maior que é Bolsonaro.

   Veja, portanto, que ironia. Hoje, a frase "Fora FHC" migrou para "Fora Bolsonaro" dita pelos mesmos petistas e aliados radicais - PSOL, PCdoB, PSB - o que significa dizer, lá adiante, se aparecer um 'monstro' pior do que Bolsonaro, junta-se Lula + Bolsonaro no combate a esse novo 'capeta'. Se está acontecendo com FHC, por empatia, por analogia, esse encontro não será absurdo na tese de que todo político brasileiro é igual.

   O encontro entre os ex-presidentes FHC (PSDB) e Lula (PT) nesta sexta-feira, 21, não repercutiu positivamente dentro do PSDB. Em nota, o presidente do diretório estadual do partido, Marco Vinholi, celebrou a capacidade de diálogo da sigla, mas ressaltou que o PSDB busca um caminho contrário ao traçado por Lula. “O encontro de FHC com Lula tem caráter dentro da democracia, onde adversários políticos dialogam. O PSDB trabalha uma alternativa para o Brasil capaz de liderar a retomada tão importante no país, frontalmente contrário aos retrocessos de Lula e Bolsonaro”, disse. 

   O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, se posicionou fortemente contra qualquer tipo de aliança com o PT e afirmou que a reunião pode ter uma repercussão negativa para o futuro candidato da legenda. “Esse encontro ajuda a derrotar Bolsonaro, mas não faz bem a um potencial candidato do PSDB. Nossa característica é saber dialogar, inclusive com adversários políticos. De toda forma, precisamos evitar sinais trocados aos nossos eleitores”, explicou.

   A questão é que o estrago já foi feito e o sociólogo com sua experiência e sapiência política não percebeu isso ou fez de conta que o eleitor é um jerico, que os tucanos são antas, e pronto: quem gostou gostou; quem não gostou que ponha a boca no trombone.
 
   FHC teve que ir até as redes sociais esclarecer o propósito do encontro. “Reafirmo, para evitar más interpretações: PSDB deve lançar candidato e o apoiarei; se não o levarmos ao segundo turno, neste caso não apoiarei o atual mandante, mas quem a ele se oponha, mesmo o Lula”, escreveu. 

   É tarde, muito tarde. Erro político primário se paga nas urnas. É o que vai acontecer com o PSDB, com a possibilidade, ainda, de virar um satélite do PT.