Recusa do prefeito em atender recomendação do MP demonstra desprezo com o povo e favorecimento ao empresariado”, diz líder do PT na Câmara, Marta Rodrigues
Tasso Franco , da redação em Salvador |
08/10/2020 às 09:57
Vereadora Marta Rodrigues é lider do PT na CMS
Foto: DIV
Líder do PT na Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues criticou, na última quarta (7), a postura do prefeito em se negar a atender a recomendação do Ministério Púbico de recompor em 100% a frota de ônibus. Para ela, tal gesto demonstra desrespeito da gestão municipal com a população e como o transporte público na cidade "vem sendo tratado como mercadoria, sob a ótica do lucro dos empresários".
“O transporte é reconhecido pela Constituição como um direito social, e esse direito não pode ser restringido por uma suposta ausência de demanda, como diz o Prefeito. Basta observarmos os ônibus em horário de pico para constatarmos a insuficiência da frota e a violação da dignidade na mobilidade por ônibus em Salvador", declarou.
Marta lembra que em junho deste ano enviou um ofício à Secretaria de Mobilidade Urbana do Município (SEMOB), cobrando a recomposição da frota do transporte urbano, levando em consideração as diversas denúncias, registradas em vídeos e fotos, de ônibus cheios, mostrando que a redução da frota agravou o que já era dramático.
“É perverso esse discurso de que há uma demanda menor por transporte. Isso demonstra o empenho do prefeito em defender o lucro dos empresários, além da insensibilidade diante das pessoas usuárias do transporte público que se deslocam em condições precárias e com risco a saúde. Não atender essa importante recomendação do MP é um desrespeito não só com a instituição, mas com todos os cidadãos ", diz.
Para a líder do PT na Câmara, não atender o MP deixa nítido o interesse de agradar o empresariado em detrimento do povo. “Estamos enfrentando uma pandemia, e por isso mesmo a frota, que sempre foi insuficiente, precisa estar toda na rua para salvar a vida de nosso povo, atendendo os critérios de distanciamento da OMS. Se o prefeito se diz um defensor intransigente da vida, não pode se recusar a garantir transporte salubre para o povo. O prefeito sabe que o povo está na rua, vivendo e trabalhando. Sempre convivemos em Salvador com uma frota ruim, suja, com baratas, quente, e agora, em meio a pandemia, a Prefeitura colabora para tornar a situação ainda pior. É uma negligência com o povo”, declarou.