Política

PREFEITO ADMITE ADIAR FASE 3 COVID COM NÃO ABERTURA CLUBES E CCS

Prefeito reavalia decreto que ele mesmo assinou e publicou
Tasso Franco , da redação em Salvador | 18/08/2020 às 13:26
Prefeito diz que deseja avaliar melhor a fase 2
Foto: Max Haack
   O prefeito ACM Neto (DEM) admitiu ser possível adiar parcialmente a fase 3 de reabertura das atividades produtivas em Salvador diante da pandemia do coronavirus prevista para acontecer na próxima semana, segundo o que foi estabelecido pelo decrreto municipal em comum acordo com o governador Rui Costa. Isto é: ocupação das UTIs adultos na capital abaixo de 60%, o que já vem acontecendo há 6 dias. 

  Durante coletiva em que apresentou pólo de negócios, o prefeito anunciou R$ 18 milhões em editais via lei Aldir Blanc a grupos culturais e de entretenimento que ficaram sem atividade nesse período. Também serão destinados R$ 2,6 milhões em editais da prefeitura de eventos e produções literárias.

   Sobre a fase 3 disse: “A decisão não está tomada, mas acho que não deveria voltar semana que vem clubes sociais e cinema. Podemos esperar mais um tempo para que a gente ganhe mais tempo e possa avaliar o impacto da fase 2”, explicou

  “Não tem nenhum prazer dizer que está tudo fechado, mas tudo em seu devido tempo. Nós somos responsáveis por assegurar que tudo vai correr bem”, finalizou. Na fase 3, seriam reabertos parques de diversões e temáticos, teatros, cinemas, casas de espetáculo, clubes sociais, recreativos e esportivos, centros de eventos e convenções.

POLO DE NEGÓCIOS

 A principal novidade é a criação do Polo de Economia Criativa, no Comércio, conforme detalhou o prefeito ACM Neto em coletiva realizada no Terminal Marítimo, local onde o equipamento, batizado de Doca 1, será implantado em parceria com a iniciativa privada e com o apoio do Sebrae.

Os anúncios fazem parte das 101 ações que integram o plano de estímulo à economia da Prefeitura nesse momento de crise sanitária, dessa vez dentro do pilar "Economia criativa". Na coletiva de hoje, o prefeito apresentou ainda os pilares voltados para os pequenos negócios e a área de inovação. Antes, já haviam sido detalhadas as ações tributárias e fiscais, os investimentos públicos e privados em obras, as iniciativas para reaquecer o turismo e as soluções urbanas. Todo esse plano visa gerar emprego, renda e dinamizar os setores econômicos da cidade.
 
"Não existe no Brasil um polo para fomentar a economia criativa como esse que estamos autorizando aqui hoje, na Baía de Todos-os-Santos, integrado ao Hub Salvador, ao Centro de Recuperação do Turismo (CRT) e aos novos equipamentos culturais que iremos instalar aqui nessa região do Comércio, como a Casa da História de Salvador", disse ACM Neto.

O prefeito explicou que o Doca 1 será construído no modelo de negócios "built to suit", ou seja, caberá ao privado investir em mobiliário, equipamentos, operação e manutenção do espaço, com investimento de R$2 milhões. O privado também terá que recepcionar programas municipais, a exemplo da Salvador Filmes, agência de fomento para estimular produções locais que faz parte do conjunto de ações detalhadas hoje. A Prefeitura, por sua vez, destinará R$7 milhões em recursos para locação por encomenda, infraestrutura e realização de eventos próprios ou patrocinados.
 
Como vai funcionar - O Doca 1 vai funcionar como uma plataforma de negócios para fomentar o desenvolvimento das empresas e a produção e distribuição de bens e serviços que usam o capital intelectual, a criatividade e cultura como insumos primários. Além disso, irá promover o crescimento de pequenos empreendedores criativos e gerar uma aproximação entre os diferentes agentes do setor. De acordo com o Sebrae, o segmento é composto em 85% de microempresas com até quatro colaboradores.

O polo terá capacidade de receber nos seus 2.468 m² de área locável pelo menos 40 empresas criativas da capital baiana de setores como cultura, música, entretenimento, design, mídia e conteúdos digitais. No local, vão poder conviver em uma rede de espaços compartilhados com cursos, oficinas, consultorias e eventos. O equipamento, que vai contar com diversos curadores de áreas distintas, terá espaço gastronômico, estúdios, ateliês, restaurante escola, uma praça de eventos e loja conceito.

“É preciso fazer um trabalho de base forte para profissionalizar o setor na cidade e esse é o papel do Doca 1. A estrutura vai receber empresas que tenham potencial para serem alavancadas, além de promover a qualificação de mão de obra, conhecimento sobre gestão, acesso ao financiamento e formação de grupos criativos”, explicou o secretário municipal de Desenvolvimento e Urbanismo, Sérgio Guanabara.