A sucessão de Leal está em pauta e há quem defende a volta do esquema Marcelo Nilo
Tasso Franco , da redação em Salvador |
29/07/2020 às 18:57
Nelson Leal defende volta aos trabalhos presenciais em meados de Agosto
Foto: ALBA
Há males que vem para o bem. A pandemia do coronavirus mudou o ritmo e atitude das pré-campanhas das eleições muncipais que serão realizadas em nobrmbro próximo, com convenções finais em 16 de setembro, e campanhas propriamente ditas só a patir do final de setembro, o que estaria poupando os deputados e senadores do assédio dos eleitores e cabos eleitorais por benefícios.
É público e notório que não se fazem campanha sem dinheiro, pouco ou muito que seja, daí que existe até uma verba oficial de campanha. E, nesse período das pré-campanhas, neste 2020, adiado pela pandemi, os deputados, vereadores, prefeitos, governador, senadores, se veem rodados com os pedidos dos correligionários. Cada qual na sua dimensão. Ao governado, pedidos maiores; aos prefeitos, pedidos médios; e aos vereadores, pedidos menores.
Um cabo eleitoral que promove a festa para um santo em seu distrito, povoado ou bairro, recorre ao vereador para o custeio dos foguetes, do carro do som, das flores para o local, dos licores. Se for um campeonato de bairro a mesma coisa: um padrão, a bola, o juiz para apitar os jogos, segurança e outros.
Com a pandemia, isso está suspenso porque ninguém pode rezer novenas; nem fazer campeonatos de bairros. E os deputados e vereadores estão livres dos pedidos porque a pandemia proibe eventos com decretos municipais e estaduais. Estão aliviados.
O deputado Nelson Leal, presidente da Assembleia, defende que a Casa Legislativa volte a ter sessões presenciais no segundo semestre de agosto. Mas, enfrenta resistências. Exatamente para o pessoal que deseja continuar como está, no virtual, para não ter de ser assediado pelos cabos eleitorais. É um dilema.
De fato, em 2020, estamos a presenciar a pré-campanha política mais diferenciada da história do Brasil com a pandemia e, ao que tudo indica seguirá nesse ritmo.
Há, ainda, informes em A Tarde dando conta de que o governador Rui Costa (PT) participa de uma reunião com o atual presidente, Nelson Leal (PP), o deputado Adolfo Menezes (PSD) e o lider do governo, Rosembergue Pinto para tratar de uma possível reeleição de Leal na presidência da Casa.
Para isso, a Casa precisaria modificar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), aprovada em abril de 2017, que nasceu diante das sucessivas reeleições de Marcelo Nilo, 5 no total.
Na ocasião, ficou acertado que Leal seria presidente no biênio 2019/2020, sendo sucedido por Menezes em seguida. A eleição acontece em fevereiro. Menezes, ligado a Otto Alencar, é o autor da PEC que proíbe a reeleição para cargos da Mesa Diretora dentro de uma mesma legislatura.
Correligionários de Menezes cobram o cumprimento do acordo e sonham com uma pré-candidatura de Otto a governador, em 2022. "A bancada do PSD é contra a derrubada da PEC, mesmo com Nelson fazendo um excelente trabalho. A gente vai falar o quê para a sociedade? Vai mudar a PEC em função de quê?", questiona Alex da Piatã, líder do PSD na Assembleia, ligadissimo a Otto.
São movimentos que agitam o mundo político baiano já de olho em 2022.