Política

MUDANÇA DO MINISTRO DA SAÚDE NÃO ALTERA A POLÍTICA NOS ESTADOS (TF)

Novo ministro diz que está alinhado com o presidente mas os governadores não estão
Tasso Franco , da redação em Salvador | 16/04/2020 às 19:14
Bolsonaro e Mandetta
Foto: DIV
   A demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já era esperada como 2 + 2 são 4. 

   Ele exercia um cargo comissionado sujeito a demissão a qualquer momento na engrenagem da vida política brasis e ao bater de frente com quem o nomeou, o presidente da República, Jair Bolsonaro, era questão de dias sua saída da titularidade do Ministério da Saúde. 

   Bolsonaro demorou até de demití-lo e só não o fez antes, há 8 dias, porque teria sido contido por assessores generais entendendo que a pandemia avançava e o ministro seguia as normas da OMS. 

   A gota d'água no nosso entendimento foi a entrevista que Mandetta deu ao Fantástico, programa de grande audiência no país, na Rede Globo, desafeta do presidente, no último domingo, quando Mandetta manteve suas posições sobre o confinamento da sociedade, fala dada em seu território, Goiás, na casa de um notório, hoje, adversário de Bolsonaro, o governador Ronaldo Caiado.

   Passou dos limites do bom senso. Bolsonaro ganhou fôlego junto aos seus assessores e já na segunda-feira, 13, não se falava noutra coisa senão na queda de Mandetta. 

   O DEM partido a que pertence ficou sem argumentops junto ao presidente, pois, a entrevista, foi um desafio a Bolsonaro. O presidente do partido, ACM Neto, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, David Alcolumbre, ficaram sem argumentos para manter Mandetta salvo que ele é um bom ministro e vem enfrentando a pandemia com medidas corretas e colocando a ciência à frente da política. Não mais do que isso.

   Hoje, Bolsonaro demitiu Mandetta e colocou Nelson Teich, um oncologista, em seu lugar. Teich é um nome que já tinha sido sondado para ser ministro na inicial do governo Bolsonaro. 

   Ao assumir o Ministério disse que está alinhado com o presidente. Em sendo assim, apoia o isolamento vertical para os mais idosos liberando os demais ao trabalho e ao lazer.

   Duvida-se, no entanto, que algo venha a mudar no país com a posse de Teich. Bolsonaro aposta e assegura que o povo pressionará os governadores para mudarem de posição e relaxarem no confinamento social irrestrito. 

   Também duvidamos disso porque o povo está com medo e o Covid-19 se espalhou pelo país e o número de mortos se aproxima dos 2.000 com mais de 30 mil infectados. E o povo sabe que na briga do rochedo com o mar quem leva a pior e ele.

   Ademais, há uma decvisão do STF que respalda a atitude dos governadores em decretarem o confinamento. Na Bahia, o governador Rui Costa (PT) e o prefeito ACM Neto (DEM) disseram hoje que nada muda em relação ao confinamento. 

   Agora é aguardar o que fará o nvo ministro. 

   O certo, no geral, é que, enquanto os politicos se desentendem o Covid mata. (TF)