* Hendrik Aquino é designer, jornalista e especialista em Planejamento Urbano e Gestão de Cidades.
Hendrik Aquino , Lauro de Freitas |
31/03/2019 às 19:59
Deputada do PSD protesta diante bye passe
Foto: REP
Uma “nota de repúdio” assinada pela deputada Estadual Mirela Macedo (PSD) e postada no perfil do Governador Rui Costa (PT), neste sábado (30), colocou mais lenha na fogueira das eleições municipais em Lauro de Freitas.
“Fazer parte da base de um governo que nos trata assim é no mínimo desestimulante […] Respeito e considerações mútuas são fundamentais”.
Trecho de nota postada através do perfil da deputada Mirela Macedo.
A postagem referia-se a uma visita que o Governador fez neste sábado a Lauro de Freitas, provocando a reação da deputada “...por não ter sido convidada para esse evento importante na minha base eleitoral.”, disse em nota.
Quem também postou mensagem de insatisfação com o tratamento foi o vereador Cesar (PP): “O Legislativo de Lauro de Freitas estava presente e não houve respeito por parte do cerimonial, aqui apresento meu descontentamento...”
As manifestações públicas dos parlamentares não foram feitas ao acaso. Com a aprovação da PEC 33/2017, que criou, a partir do resultado das eleições de 2018, a chamada “cláusula de barreira”, modificando regras dentre elas impondo o fim das coligações para eleições proporcionais para deputados e vereadores a partir de 2020, Partidos estão se organizando para lançarem candidaturas majoritárias próprias, significando que o eleitor terá uma maior quantidade de candidatos disputando a administração da prefeitura em suas cidades.
O PP, comandado pelo vice-governador João Leão, disputou contra o PT a prefeitura de Lauro de Freitas em 2012, vencendo a eleição, embora já fizesse, junto com o PSD, parte da base de apoio do PT no Estado.
Tanto o PSD, liderado pelo Senador Otto Alencar como o PP, já estão ampliando os seus espaços e como a política partidária vive de poder, até mesmo partidos aliados costumam disputar entre si, fatias cada vez maiores do bolo. Dos três senadores baianos dois são do PSD, Otto Alencar e, o recém-eleito e ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), Angelo Coronel que, inclusive, venceu na queda de braço com Lídice (PSB), quando foi escolhido pelo Governador Rui Costa (PT) para o senado, obrigando Lídice – aliada histórica do PT, a lançar-se para uma cadeira na câmara federal.
Descartar um aliado, confirma que são as forças que cada partido consegue aglutinar que realmente importam no jogo da política. A terceira vaga foi ocupada pelo PT, com o ex-governador Jaques Wagner na tentativa de “equilibrar” as forças, uma vez que o atual governador também é do PT.
Na ALBA, o PP, de Leão, ficou com a presidência da casa e ampliou o seu número de parlamentares, igualando ao PT, ambos com 10 deputados - o PSD vem em seguida com 9.
Seguindo a lógica de ocupação de espaços, a candidatura de Mirela, para prefeitura de Lauro de Freitas em 2020, seria mais um avanço estratégico do PSD formando base para 2022. O PP também não deixará por menos as eleições do ano que vem e a mensagem do vereador Cesar é uma sinalização disto.
Enquanto pretensos candidatos mais apressados e partidos desarticulados já estão se expondo e gastando energia antes da hora, nos bastidores, grupos comandados por “mestres da política baiana” robustecem suas tropas para, “no momento oportuno”, travarem suas batalhas eleitorais.
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