Política

Para Ireuda Silva o Dia da Mulher deve ser lembrado o ano inteiro


Vereadora destaca machismo também no mercado de trabalho

Da Redação ,  Salvador | 07/03/2019 às 19:41
Vereadora Ireuda
Foto: Leona Serafim


Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara de Salvador, a vereadora Ireuda Silva (PRB) defendeu que o Dia Internacional da Mulher, comemorado neste 8 de março, precisa ser lembrado o ano todo, de modo que a luta por mais espaços no mercado de trabalho, na política, salários iguais e contra a violência nunca esmoreça.

De acordo com o IBGE, embora trabalhem em média três horas a mais por semana, as mulheres ainda ganham 76,5% da renda dos homens. “A distorção se torna ainda maior quando vemos que a porcentagem de mulheres com ensino superior é maior do que a de homens. Ou seja, fazemos muito para ter pouco retorno”, avalia Ireuda.

Machismo

“Esse quadro é o reflexo do machismo que ainda impera na estrutura da sociedade. Sem falar que muitas mulheres, quando têm filhos, abrem mão ou interrompem suas carreiras profissionais para se dedicar à família, tendo pouca ou nenhuma contribuição do esposo. Isso porque a mulher ainda é vista como aquela que cuida do lar, enquanto o homem é o que trabalha para prover o sustento”, prossegue a republicana. Ela lembra também que ainda é tímida a presença de mulheres em espaços de poder, tanto nas empresas quanto na política.

Outro problema grave enfrentado pela mulher é a violência com motivação de gênero, incluindo violência sexual. As denúncias de agressões aumentaram 30% em 2018. Embora os dados sejam alarmantes, Ireuda acredita, por outro lado, que há uma disposição maior das vítimas e das pessoas que presenciam tais casos para acionar as autoridades. “Denunciar é difícil por conta do medo, mas é um dos poucos caminhos para que esses marginais sejam punidos. Quem testemunha ou tem conhecimento de agressões contra mulheres não pode se calar. Caso contrário, estará assumindo sua parcela de conivência com o agressor”, diz.

Ireuda ressalta, porém, que as mulheres têm conseguido consolidar seus direitos nos últimos anos, o que foi fruto de luta e enfrentamento. “É por isso que devemos ter o ano inteiro, diariamente, a disposição para debatermos o assunto, assim como temos no Dia Internacional da Mulher. Essa data não pode apenas ser simbólica, mas sim um chamariz para uma luta constante”, acrescenta.