A líder da oposição na Câmara de Salvador, vereadora Marta Rodrigues (PT), coordenou a audiência pública que discutiu, nesta quinta-feira, 13, no Centro de Cultura da CMS, a situação do Instituto de Previdência Complementar Postalis, o Fundo de Pensão dos Correios.
De acordo com a petista, a instituição “foi uma conquista dos trabalhadores dos Correios, mas está passando por um processo de sucateamento e com um rombo muito grande. Sendo assim, estão sendo realizadas audiências públicas em todo o Brasil para discutir esses problemas”. A seu ver, o País já está passando por um momento tão difícil na economia, muito prejudicial para os trabalhadores e aposentados da empresa.
Segundo Alceu Roque Rech, aposentado e ex-diretor dos Correios na Bahia, “as famílias dos funcionários ativos e inativos da empresa estão muito preocupadas com a situação do fundo de pensão”. Ele relatou que há um rombo de RS 6,2 bilhões e “quem está pagando essa conta são os funcionários ativos, que atualmente são obrigados a contribuir mensalmente com um acréscimo de 30% do valor ao plano de previdência”. Essa situação, afirmou, está impactando negativamente nos orçamentos das famílias.
Banco geriu mal
Ele argumenta que o rombo foi causado por aplicações erradas dos ativos dos Postalis, pois foi contratado o banco norte-americano BNY Mellon para realizar a gestão dos fundos de pensão no Brasil e “a instituição não cumpriu o seu papel”.
Em sua opinião, o problema pode ser minimizado. Conforme relatou, a estatal tem uma reserva técnica de RS 2 bilhões que deveriam ser aplicados no plano “por força de lei”. Entretanto, ocorreu uma orientação do Ministério do Planejamento contrária a essa medida. A outra alternativa é o banco americano pagar “a conta por essa má gestão”. Ele ressaltou que os funcionários dos Correios não podem arcar sozinhos por esses “erros”.
A Bahia conta com cerca de 3.500 funcionários ativos e inativos dos Correios. Em todo o Brasil, há cerca de 152.000 pessoas inclusas no Postalis. Um deles é Claudio Moras Garcia, 60 anos: “Contribuímos em toda a nossa trajetória profissional nos Correios, durante 38 anos, com esse plano de previdência complementar para termos ao final da carreira essa segurança”. Mas houve “desvio por má gestão e agora estamos ameaçados de perder esses valores que são muito importantes para a nossa sobrevivência”.
Também prestigiaram a mesa do evento Josué Canto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos no Estado da Bahia (Sincotelba); Ariovaldo Lemos Barreto, representante do Grêmio Recreativo dos Empregados dos Correios na Bahia (Grecos); Waldir Alberto de Souza, presidente da Associação Baiana de Aposentáveis e Inativos dos Correios e Telégrafos (Abaict); e Inaldo da Silva Behrens, presidente da Associação dos Profissionais dos Correios- Núcleo Regional Bahia.
Livro de José Dirceu
Nessa quarta-feira, 12, no mesmo local, o ex-ministro José Dirceu lançou a autobiografia “Zé Dirceu – Memórias, Volume 1”. O também petista Moisés Rocha acompanhou o político durante a apresentação da obra e na sessão de autógrafos.
Na publicação, escrita durante o período em que esteve preso, Dirceu, que aguarda em liberdade o julgamento de recurso pela condenação a 30 anos e nove meses de prisão na Operação Lava Jato, relata histórias da sua vida, desde a militância estudantil nos anos 1960 até a volta à legalidade com a anistia, além da sua ascensão no PT.
O evento contou com a presença do presidente estadual da sigla, Everaldo Anunciação, do deputado estadual Rosemberg Pinto, da prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, além de outros correligionários e populares.