Barbosa comenta o problema estrutural da segurança pública na Bahia
Valdir Barbosa , Bahia |
02/09/2018 às 12:03
Valdir Barbosa
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Tenho visto mensagens, nos últimos dias, apócrifas ou não publicadas nas redes sociais, a tratar de questionamentos feitos aos candidatos que irão disputar cargos eletivos, no próximo pleito.
Tratam as perguntas, de assuntos ligados a Carreira Única, Ciclo Completo e Mudança de Modelo na Persecução Penal, por óbvio, temas da mais alta relevância: uma diz, da forma como se vai recrutar e fazer crescer o profissional de segurança, dentro das suas instituições, com base no conhecimento de causa e ascensão mediante meritocracia, além de concursos internos, seja qual for o modelo hierárquico que seguramente virá a ser implantado, num porvir, quiça seja breve; igualmente, se inquire acerca do aspecto, na maneira de atuação dos agentes de segurança, frente as ações ostensivas, preventivas e investigativas visando otimizar o resultado de trabalhos pertinentes; enfim, se indaga sobre adequação dos procedimentos, no tocante ao modelo de persecução penal, em face da realidade atual tomando como base outras formas adotadas, em diversos países do mundo.
Tendo em vista meu apoio, a toda e qualquer mudança estrutural, capaz de alavancar o combate ao crime, por óbvio entendo louvável, a preocupação dos que pretendem ver um sistema de segurança mais ágil e capaz de atender aos anseios de uma sociedade ávida por viver dias tranquilos.
Porém, se as cobranças guardam, nas entrelinhas, interesses meramente eleitoreiros e revelam promessas que não poderão ser cumpridas, pois estas providências, na sua maior parte fogem à deliberação dos cargos a serem ocupados pelos questionadores postulantes, me permito dizer se tratar de cópia dos velhos comportamentos adotados por candidatos acostumados, ao final, a não cumprir aquilo que pregam nas campanhas. Digo isto, posto tais quebras de paradigmas, apenas poderão prosperar, depois de discussões, ajustes e referendos, os quais, em sua maioria só serão concretizados, nas esferas federais, após mudança de normas, inclusive pétreas.
Destarte, falo do alto de meus quarenta e dois anos de carreira atuando como Delegado de Polícia, vindo de um tempo em que cheguei a ser, concomitantemente, carcereiro, agente, investigador, escrivão e Delegado, nas longínquas cidades do interior onde trabalhei.
Nesta época, Delegados e Comissários viviam encastelados em seus gabinetes, enquanto profissionais, até com pouca formação intelectual, mas, policiais de verdade faziam das urbes, palcos mais seguros e davam resultados positivos atuando de forma ostensiva, preventiva repressiva e investigativa, então desci ao chão de fábrica e aprendi, com aqueles homens e mulheres de polícia da base.
Em seguida, suportado no apoio inestimável destes heróis anônimos pude amealhar êxitos na minha carreira, desbaratando quadrilhas de crime organizado, esclarecendo homicídios intrincados, libertando reféns de cativeiros, realizando prisões até fora do país. Nesta esteira cheguei ao mais alto posto da polícia civil baiana, mesmo atuando diante de modelo reconhecidamente arcaico.
Por estas razões, me sinto apto a disputar uma cadeira na assembleia legislativa do estado, onde pretendo lutar pelos interesses de todas as classes de policiais atuantes na Bahia, sejam estaduais, federais, municipais, civis ou militares.
Haja vista o grande sacrifício desenvolvido pelas polícias, permanente cobradas em razão de resultados, sem que o governo cumpra seu papel adotando medidas de apoio as constituições familiares, implementando ações sócio educativas e permitindo, face ao descaso, o caos no sistema prisional, inicialmente pugnarei por condições dignas de trabalho; salários compatíveis; resgate da autoestima dos integrantes das forças públicas; treinamento e capacitação constante dos profissionais de segurança; ferramentas de inteligência disponibilizadas aos responsáveis pelas investigações em curso e não centralizadas nas mãos de forasteiros, subordinados a administração central, pois imagino sejam tais providências, dentre outras, medidas imprescindíveis, antes mesmo ocorram mudanças de modelos administrativos e de persecução, vez que, como dito antes demandam elas um sem numero de ajustes e, consequentemente, prazo longo para acontecer.
O povo em geral, não pode mais esperar. É imperioso implementar atitudes firmes que minimizem a violência gritante e assustadora. Assim, a par de medidas e projetos, sobretudo sócio educativos, capazes de mudar o quadro caótico de segurança, a médio e longo prazo, urge contar imediatamente com uma polícia forte e estimulada, no sentido de fazer frente, da maneira mais emergencial possível, a onda de crimes que apavora o cidadão em todos os cantos.
Ademais, torço para que possamos conseguir levar a Assembleia Estadual e Câmara Federal, o maior número de representantes, oriundos de todas as polícias e quaisquer classes, pois só assim, na união de esforços e pluralidade de pensamentos será possível alcançar o modelo sonhado.