Projeto do PT é antigo de um mundo que ficou pra trás há anos
Tasso Franco , da redação em Salvador |
01/09/2018 às 11:08
Lula da Silva
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O que a sociedade brasileira esperava aconteceu com o Tribunal Superior Eleitora (TSE) vetando a candidatura do ex-presidnete Lula da Silva a presidência da República por 6x1, com o ministro Edson Fachin, único favorável a Lula entendendo que ele mesmo inelegível deveria ser candidato, numa posição que o deixou mal entre os juristas e praticamente rasgou sua biografia.
Creio, também, que nem Lula; nem o PT se surpreendeu com a decisão do TSE tanto que Fernando Haddad estava posto numa candidatura a vice de plantão esperando só a decisão da justiça eleitoral para assumir a condição de candidato a presidente.
A estratégia do PT, para muitos uma farsa que afrontou a Justiça, deu os resultados iniciais esperados, Lula ficou na midia de forma intensa e Haddad já está mais conhecido do Brasil como, de fato, o candidato petista. O prisioneiro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o qual critica a democracia brasileira mas usa todos os recursos judiciais e articula as candidaturas do PT pelo Brasil, ainda pode recorrer dessa decisão do TSE - certamente vai fazê-lo - porém, sem êxito.
Qual a força política de Lula na transferência do voto para Haddad ainda é cedo para se avaliar, mas, potencialmente, segundo os últimos estudos de pesquisa chegaria a 34% o que leva o candidato petista ao segundo turno. Os partidários do PT não vão votar em Haddad, mas, sim, no espectro de Lula e no 13.
De toda forma, a saída de Lula do processo eleitoral como cabeça da chapa representou um alívio para os outros candidatos, especialmente para Jair Bolsonaro (PSL), líder das pesquisas sem Lula, e para o liberalismo uma vez que Lula tem ameaçado o Judiciário, há um projeto de censura à imprensa e controle dos meios de comunicação e a Lava Jato seria incerta.
O PT, que já representou a esperança não encarna mais a modernidade, o livre mercado e a contemporaneidade do mundo moderno. Pelo contrário, quer fortalecer o sindicalismo, inchar a máquina estatal e manter estatais mesmo deficitárias. O PCdoB, agora na vice de Haddad, pior ainda.
Com a decisão do TSE a propaganda petista no rádio e na TV também vai mudar. Na Bahia, cujas peças iniciais todas tinham Lula presidente, especial na campanha do candidato ao Senado Jaques Wagner e nos deputados, terá que ser alterada.
Trata-se também de uma afronta à Justiça, candidatos petistas usando camisas com a efígie de "Lula Livre" e dizendo que no Brasil não há democracia e vive-se num regime golpista.
O PT, segundo o TSE poderá até usar a imagem de Lula nos seus programas, porém, sem ser candidato a presidente. Como Lula é muito forte no Nordeste certamente os candidatos desta região vão usar sua imagem. Era tudo o que acontecia na Bahia com ACM em tempos idos e os petistas mais criticavam, de candidatos sem identidade própria. (TF)