Candidato diz que números da violência são assustadores na Bahia
Da Redação , Salvador |
28/08/2018 às 18:40
Zé Ronaldo em Santa Bárbara
Foto: Angelo Pontes
“O povo da Bahia cansou das promessas. O povo da Bahia quer trabalho e desenvolvimento”. As palavras do candidato a governador pela coligação Coragem para Mudar a Bahia foram recebidas com empolgação pela população de Santa Bárbara, nordeste do estado, na manhã desta terça-feira (28). Zé Ronaldo e comitiva realizaram carreata, caminhada e comício, sendo recebidos pelo ex-prefeito Niltinho e o líder Edifrancio, ambos do PP, e pelo ex-prefeito Fernando de Fabinho. Chamou a atenção o fato de quase a unanimidade dos partidos da cidade se unir em torno do nome do ex-prefeito de Feira de Santana.
O ex-prefeito de Feira de Santana visitou a cidade, acompanhado da candidata a vice-governadora Drª Monica Bahia e os candidatos ao senado, Jutahy Junior e irmão Lázaro, sendo recebidos pelo ex-prefeito Fernando de Fabinho. Os candidatos da coligação chegaram em carreata e fizeram uma visita à feira livre da cidade, parando diversas vezes para conversar com a população, uma característica de Zé Ronaldo.
Ao chegar à feira livre, o postulante ao Palácio de Ondina foi abraçado pelos comerciantes e simpatizantes da sua candidatura. “Hoje é um dia especial, pois recebemos o nosso futuro governador, Zé Ronaldo. Juntos, vamos trabalhar para que Santa Bárbara tenha dias melhores. Precisamos votar pela mudança. Zé é competente e o povo merece quem sabe governar. Ele já contribuiu muito com essa terra e fará muito mais. Zé vai dar atenção especial para o nosso povo e não veremos mais os nossos amigos e parentes morrendo na fila da regulação”, afirmou Fernando de Fabinho.
Zé Ronaldo lembrou as ações que realizou na cidade como deputado e garantiu que fará muito mais se eleito governador. “O calor humano mostra que a população de Santa Bárbara não quer dar continuidade ao governo do PT. Quando fui deputado, consegui a instalação de redes de energia e esgoto. Como governador, irei enfrentar os problemas da saúde, educação e segurança de frente, dando tranquilidade e qualidade de vida ao povo baiano”.
O feirante Edinaldo Lima, 54, fez questão de levar sua mensagem ao candidato. “Zé é um homem trabalhador e é como a gente. O povo está cansado desse governo falido do PT. Queremos mudança! Queremos Zé Ronaldo governador da Bahia”. Acompanharam a visita Carlos Geilson, Lulinha, Berg da Aragon, Joao Roma, Tarcizio Pimenta, Vereadora Rita e Pingo - presidente do Democratas.
VIOLÊNCIA NO ESTADO
Que a Bahia atualmente é o estado mais violento do país, todo mundo já sabe. O que pouca gente sabe é que o número de homicídios praticados no estado pode ser ainda maior do que o oficialmente divulgado pelo governo, é o que aponta o Atlas da Violência 2018, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
“O governo da Bahia vem registrando homicídios como mortes violentas por causa indeterminada (MVCI) e isso acaba maquiando os dados sobre homicídios”, explica o candidato Zé Ronaldo, da Coligação Coragem para mudar a Bahia, com base nas informações do Atlas. “Isso é muito grave para um estado que já lidera o número de homicídios no Brasil. Estamos vivendo uma verdadeira guerra civil e o atual governo permanece omisso.
De acordo com o estudo, as taxas por 100 mil habitantes de mortes violentas por causa indeterminada atingiram níveis preocupantes em nove estados em 2016, o que pode contribuir para ocultar uma maior taxa de homicídios nessas localidades. “O caso mais grave se refere ao estado da Bahia, cuja taxa de MVCI é de 9,7, seguido por Pernambuco (9,1), Rio de Janeiro (7,9), Minas Gerais (7,4), Ceará (6,7), Espírito Santo (6,0), Roraima (5,8), Rio Grande do Norte (5,6) e São Paulo (5,1)”, diz o Atlas da violência.
Segundo a 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), adotada pelo Brasil desde 1996, as mortes violentas podem ser divididas em: acidentes; lesões autoprovocadas intencionalmente; agressões; intervenções legais e operações de guerra; além de eventos cuja intenção é indeterminada. As quatro primeiras causas básicas de mortalidade são os acidentes fatais, inclusive mortes no trânsito; suicídios; homicídios (acrescido de latrocínios e lesão corporal dolosa seguida de morte); e mortes decorrentes de intervenção policial.
“As mortes violentas com causa indeterminada são assim classificadas quando o óbito se deu por causa não natural, bem como quando os médicos legistas, gestores da saúde, policiais e peritos criminais não conseguiram informar a motivação primeira que o desencadeou”, informa o estudo.
A proporção de mortes violentas não esclarecidas em relação ao total de mortes violentas é um dos principais indicadores de qualidade dos sistemas de informação no setor de Segurança. Nos países desenvolvidos, geralmente, as mortes violentas indeterminadas representam um resíduo inferior a 2% do total de mortes por causas externas. Isso ocorre porque, nesses lugares, se reconhece a importância de se descobrir as causas que levaram o indivíduo a óbito como elemento fundamental para evitar novas mortes futuras.