Será no próximo domingo, 26, a primeira celebração do Dia Municipal de Combate ao Racismo no Esporte, idealizado pela vereadora Ireuda Silva (PRB), de Salvador. Aprovada na Câmara em dezembro do ano passado, a data é uma referência ao ato racista sofrido pela professora Edna Matos e sua filha, há cerca de 1 ano, em referência a uma partida de futebol entre Bahia e Grêmio.
À época, uma montagem foi amplamente compartilhada nas redes sociais, sugerindo a diferença de beleza entre gaúchas e baianas, negras e com cabelo crespo. “Ainda tem gente que acha que time é tudo igual”, dizia a legenda da imagem que ‘viralizou’ na internet.
Ireuda ressalta que apesar das campanhas de conscientização, os casos não diminuem. No mês de abril, já haviam sido registrados metade dos casos de racismo no esporte contabilizados nos últimos quatro anos pela Confederação Sul-Americana de Futebol. Até a metade de 2017, já tinham sido registrados mais casos do que em todo o ano de 2016.
“Ou seja, o que se vê é a continuidade de tais crimes e a completa omissão dos clubes e das entidades esportivas, que, quando podem, lançam mão de acobertar esses fatos, que muitas vezes acontecem dentro das esquipes esportivas. Mais uma vez, a impunidade impera, e as minorias continuam amarradas em seu histórico de discriminação”, avalia Ireuda.
Ainda de acordo com a republicana, praticamente não se vê treinadores negros em times de futebol e outros tipos de equipes desportivas, nem pessoas negras ocupando cargos de poder nas entidades. “Isso é uma evidência incontestável do racismo institucional, que vai muito além do esporte e perpassa todas as instâncias da sociedade”, completa.