O artesanato e o esporte em Salvador e Região Metropolitana foram temas de duas audiências públicas realizadas pela Câmara de Salvador nesta terça-feira, 21, ambas no auditório do Centro de Cultura da Casa.
A primeira delas, promovida pelo vereador Tiago Correia (PSDB), abordou os pleitos dos artesãos e reuniu representantes da capital, Madre de Deus, Simões Filho, Candeias, São Francisco do Conde e Pojuca, junto com representantes do segmento e do poder público.
De acordo com o tucano, o debate trouxe ao Legislativo “a discussão sobre a organização dos espaços já utilizados pelos artesãos”. Como forma de intermediar as reivindicações dos artistas com a Prefeitura soteropolitana, ele convidou Flávia Faro, da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Leonardo Oliveira, presidente da Limpurb, e Kaio Moraes, representando o gabinete do prefeito ACM Neto.
“A gestão é sensível aos pleitos apresentados e, dentro do Salvador 360, discutimos recentemente esta questão. Até já estudamos a possibilidade de dois espaços, a Barroquinha e o Mercado São Miguel, mas depende da avaliação técnica”, revelou Moraes.
Segundo a Associação dos Artesãos da Bahia (Adaba), constam na lista de reivindicações a formação de um conselho municipal, a inclusão da Feira da Primavera (Campo Grande) e a Semana do Artesão no Calendário Oficial de Salvador, além do fomento à Feira de Verão, a ser realizada no período da alta estação - entre novembro e fevereiro.
“É preciso usar nossa pauta em conjunto com o Município, interagindo e propondo políticas que venham a nos assessorar, desburocratizando e promovendo o acesso à cidadania”, frisou Rosângela Carvalho, diretora da Adaba. “Estamos falando de ações. Nós existimos e temos que nos empoderar”, defendeu João Durães, membro da Associação e mestre de cerimônia na audiência.
Fundo Municipal do Esporte
A outra audiência, intitulada “O futuro do esporte é agora”, foi promovida ela Comissão de Educação, Esporte e Lazer da CMS e conduzida por seu presidente, Uziel Bueno (Podemos). Os participantes da atividade defenderam a criação do Fundo Municipal do Esporte.
Para o legislador, o novo instrumento seria “fundamental para implantarmos políticas públicas perenes de incentivo ao setor”. A seu ver, a atividade é muito mais do que futebol: “É necessário que as outras modalidades também tenham visibilidade e apoio”.
Em sua opinião, o esporte é uma forma de prevenção à violência: “Lido bastante com a segurança pública e esta questão não pode se restringir à atuação da polícia. O combate à violência é realizado com ações preventivas, como uma educação pública de qualidade e o fomento à prática de atividades esportivas”.
A audiência contou com a participação do presidente do Legislativo Municipal, Leo Prates (DEM). “Essa questão tem uma ligação transversal com a educação. É necessário fomentar a prática esportiva no ambiente escolar”, disse o democrata. Ligado às causas em defesa das pessoas com deficiência, ele falou sobre o trabalho de ONGs baianas e citou que a Apae já formou dois medalhistas paraolímpicos.
Selma Moraes, vice-presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, avaliou que “a mídia baiana, com exceção do futebol, não divulga outras dezenas de modalidades esportivas”. Ela lamentou o fato da cidade não sediar mais uma etapa do Circuito Brasileiro de Stock Car. “A prova soteropolitana gerava emprego e renda na cidade”, afirmou, lembrando que a última edição na capital baiana ocorreu em novembro de 2014.
Paulo Meyra, diretor de Esporte da Secretaria Municipal de Trabalho, Esporte e Lazer (Semtel), frisou que a Prefeitura de Salvador desenvolve atividades para crianças e adolescentes de 8 a 14 anos em quatro modalidades (handebol, futsal, vôlei e basquete).
As atividades no contraturno escolar são realizadas em quatro núcleos, localizados no Calabar, Praça da Juventude (Canabrava), Itapuã e Boca do Rio. “Atendemos a 85 estudantes em cada núcleo e nesta quarta-feira iremos inaugurar mais uma unidade, em Cajazeiras VIII. Em breve, vamos implantar mais uma em Valéria”, anunciou.
Dia do Maçom
A CMS comemorou , na noite de segunda-feira, 20, o Dia Municipal do Maçom, data instituída através de projeto do emedebista Alfredo Mangueira em 2006. No início do evento, o grão-mestre geral adjunto do Grande Oriente do Brasil (GOB), Eurípedes Barbosa Nunes, falecido em abril deste ano, no Mato Grosso, foi reverenciado com um minuto de silêncio. Em seguida, membros da mesa e convidados ouviram a execução do Hino Nacional.
Conforme destacou Mangueira, a Maçonaria surgiu da busca da sociedade por um caminho seguro, onde, na “Ordem dos Templários”, encontrou o cunho místico para a evolução: “A Maçonaria é acessível aos homens de todas as raças, classes e crenças. Quer sejam religiosas ou políticas. A exceção é para as crenças que privem o homem de sua liberdade de consciência, e que restrinjam direitos, violem a dignidade humana ou exijam submissão incondicional”, detalhou, sobre a sociedade secreta, filosófica, filantrópica, educativa e progressista.
O parlamentar foi homenageado com uma placa de prata, de honra ao mérito. “Ficará definitivamente gravado em sua história, para todo o sempre”, disse Bertoldo Cavalcante, presidente da Academia Maçônica de Letras da Bahia (Amalba), reconhecendo a dedicação do vereador à Maçonaria.
Ainda completaram a mesa o eminente grão-mestre do Grande Oriente Estadual da Bahia (Goeb), Silvio Souza Cardim; e o sereníssimo grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia (Gleb), Arlindo Alves Pereira Neto. “A Maçonaria tem como princípio básico a fé no grande arquiteto do universo, que é Deus, e na imortalidade da alma”, definiu Arlindo Neto, exaltando a ética, a moral e os bons costumes vivenciados pelos maçons.