As afirmações do vereador Kiki Bispo (PTB) e do prefeito ACM Neto (DEM), sobre a situação da atenção básica à saúde na capital baiana, foram classificadas pela líder da oposição na Câmara de Salvador, Marta Rodrigues (PT), como “lamentáveis”. Segundo ela, eles ficam a repetir os mesmos números falsos e as mesmas informações sem lastro, pois a realidade, na verdade, é precária.
De acordo com a petista, “eles não querem assumir que na capital apenas 25% da população tem acesso a uma equipe de saúde da família e 36% de cobertura de atenção básica. Se recusam a dizer a verdade e ficam no mesmo disco arranhado, a mesma estrofe desconjunturada. Não qualificam a discussão. Não buscam estudar as críticas e responder com propriedade”.
Para a parlamentar, a prefeitura de Salvador emitir nota pública oficial, desqualificando a importância da atenção básica como principal pilar do sistema único de saúde, “é um atestado oficial e público da total incompreensão da lógica do sistema, das causas, das suas dificuldades e das possíveis soluções para o enfrentamento dos problemas”.
Ela se refere à contestação pública do edil e da prefeitura às informações concedidas à imprensa pelo secretário de saúde do Estado, Fabio Villas Boas, em relação a saúde básica na cidade. Ela considera uma tentativa de distorcer a verdade e de negar a existência do problema.
“Quando alguém se dispõe a resolver um problema, a primeira ação é reconhecer a sua existência. Quando a única atitude que tomam é negar a existência do problema, nunca conseguirão corrigir o grave equívoco que existe na gestão da saúde municipal de Salvador”, frisou.
A legisladora recomendou a Neto checar os números que lhe são repassados: “Dessa forma, ele evita passar vergonha de ser desmentido publicamente por relatórios oficiais do Ministério da Saúde, que apontam que a capital da Bahia é a última colocada em atenção básica à saúde, não apenas entre as capitais brasileiras, mas também entre todas as cidades da Bahia”.