Política

CMS faz sessão especial para comemorar 30 anos de atuação da Unegro

Solenidade homenageou personalidades que fizeram parte da história da entidade
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 09/08/2018 às 19:18
Sessão especial para a Unegro
Foto: Valdemiro Lopes

Uma sessão especial, realizada na noite dessa quarta-feira, 8, na Câmara de Salvador, celebrou os 30 anos de atuação da União de Negros pela Igualdade (Unegro) na construção de uma sociedade brasileira mais justa e igualitária. A iniciativa foi vereador Sílvio Humberto (PSB), no Plenário Cosme de Farias.

A sessão, segundo o pessebista, militante histórico do movimento, foi uma forma de reconhecer a trajetória da Unegro pelo enfrentamento ao racismo e ao sexismo. Além disso, a entidade tem uma trajetória de luta pela garantia dos direitos da juventude, da população LGBT, das mulheres e da população negra em geral.

“Minha história política começa no movimento negro”, ressaltou o edil, que é fundador do Instituto Stive Biko. Ele lamentou o retrocesso que vem acontecendo no país: “Quando a gente pensa que algumas questões já estão ultrapassadas, vem o racismo e nos mostra o quanto ainda temos que caminhar. É uma luta que não tem fim, ainda precisamos nos manifestar pelo justo direito de alimentar e celebrar o sagrado”.

Aladilce Souza (PCdoB) ocupou a presidência da mesa durante o discurso de saudação de Sílvio Humberto. Ela se disse emocionada em participar do evento, lembrando que também foi fundadora da Unegro, tendo assinado a ata de constituição da entidade.

País mais fraterno

A socióloga e presidente nacional da Unegro, Ângela Guimarães, falou dos avanços e retrocessos da luta, destacando que “o golpe político provocou o desmonte do pouco de políticas afirmativas que conseguimos”. A presidente estadual, Sirlene Assis, disse que a luta é por “um país mais fraterno, em que a cor da pele não seja determinante para saber quem vai viver ou morrer”. A jornalista e youtuber Maíra Azeveda, a popular Tia Má, afirmou a importância dos negros ocuparem todos os espaços de poder: “Foi na Unegro que aprendi a me rebelar todos os dias e a ser uma mulher preta em qualquer lugar que eu estiver”.

Compuseram a mesa da sessão e saudaram a data, ainda, as secretárias estaduais de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis, e de Política para Mulheres, Julieta Palmeira; a secretária nacional de Combate ao Racismo do PCdoB, Olívia Santana; Elias Sampaio, conselheiro do Bloco Afro Olodum; Padre Lázaro Muniz, pároco das igrejas de Nossa Senhora D´Ajuda e Nossa Senhora do Rosário dos Pretos; e o diretor-geral do Movimento Negro Unificado, Edmilton Cerqueira.

O mestre Adailton Poesia e a Banda Tambores de Búzios apresentaram o Canto dos 30 anos da Unegro, formando um grande coral com dezenas de militantes da entidade, repetindo o refrão “Herança quilombola de Zumbi e de Dandara”. Apresentaram-se em homenagem à Unegro, ainda, Ronald Alagan, que executou o Hino da África; Brena Elem (Visionárias) e Rita Pinho (Garimpeira da Cultura, que recitaram poesias; Lívia Ferreira e Sandro Sussuarana, que fizeram uma intervenção poética; e o grupo As Nzingas, do Calabar.

Homenageados - Placas comemorativas à data foram entregues a 13 personalidades que fizeram parte da história da entidade: o cantor e compositor Adailton Poesia; Vovô do Ilê Aiyê (representado por Edmilson Lopes); Antônio do Carmo, primeiro presidente da Unegro; Edmilton Cerqueira (MNU); Jerônimo Silva Júnior, secretário de Combate ao Racismo da CTB/BA; Jucy Silva, diretora da Stive Biko; Jussara Santana, produtora cultural da Aspiral do Reggae; Marilene Nascimento, da Escola Comunitária Luísa Mahin; Maura Cristina, coordenadora do MSTB/BA; Olívia Santana, primeira mulher presidente estadual e nacional da Unegro; Tereza do Espírito Santo, fundadora da entidade; Vivian Carolina, coordenadora da Didá; e Naira Gomes, coordenadora da Marcha do Empoderamento Crespo.