A Prefeitura de Salvador vai realizar estudos de viabilidade para definir um local para uma feira permanente de artesanato na cidade. O anúncio foi feito pelo prefeito ACM Neto (DEM), durante um Encontro do Poder Público e o Artesanato da Bahia, realizado nessa segunda-feira, 23, no Centro de Cultura da CMS. O tema foram os desafios enfrentados pelos artesãos na comercialização de suas peças.
De acordo com o vereador Felipe Lucas (MDB), promotor do evento, “o maior desafio é a maneira como escoar a produção do artesanato”. Segundo ele, o setor sofre uma estagnação, desde que as feiras realizadas no Jardim dos Namorados deixaram de ocorrer. “O prefeito sinalizou positivamente. Então, saímos daqui com boas expectativas de retomar a organização das feiras, ainda este ano, criando um ponto de comercialização, sobretudo de setembro a março”, disse o emedebista.
Os planos de criar um polo de economia criativa, anunciado em um dos eixos do programa de governo Salvador 360, foi destacado pelo prefeito: “Estou inteiramente à disposição para estudar as alternativas. Temos alguns trechos de orla, centenas de praças e o Parque da Cidade. A prefeitura dará todo o suporte para termos uma feira semanal”. Ele destacou a vocação e capacidade criativa da capital baiana.
Incubadoras
Além disso, afirmou o gestor, “esse encontro renova nosso compromisso com o artesanato. Não é, portanto, nenhum favor divulgar e valorizar, construindo novas oportunidades de emprego digno e justo”. Conforme o demista, o projeto da prefeitura é criar incubadoras desses empreendimentos com vistas à capacitação e até exportação dos produtos artesanais.
Também participaram do encontro o vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis, e o presidente da Câmara Municipal, Leo Prates (DEM), que lembrou como o artesanato “mostra a capacidade de empreender que nosso povo tem, por isso é importantíssimo pensarmos maneiras de fomentar e organizar esse tipo de iniciativa”.
Parceiro na elaboração de políticas públicas de fomento ao artesanato, o Sebrae Bahia foi uma das entidades convidadas para o debate para apontar caminhos para fortalecimento do setor. “Esse pleito tem todo sentido de ser. Se o Sebrae sempre esteve comprometido em dar suporte na formalização, precificação e transporte, vamos continuar parceiros. Podemos identificar a quais regionais os artesãos estão ligados e orientar nossos gerentes a dar apoio aos municípios para trazer essa produção a um ponto de comercialização na capital”, sugeriu o superintendente do órgão no Estado, Jorge Khoury.
Mercado Modelo
Para os artesãos, a viabilidade de um ponto fixo para realização das feiras vai permitir incluir o artesanato no roteiro turístico de Salvador. “A pessoa que quer conhecer a arte baiana tem que sair garimpando pela cidade porque o Mercado Modelo não nos representa. O que é vendido lá vêm de fora. Precisamos realmente de um espaço e temos que ter a ajuda do poder público para crescer”, afirmou a presidente da Associação Cultuarte-BA, Verônica Lemos.
A presidente da Associação de Produtores e Artesãos de Ubaíra e do Vale do Jiquiriçá (Apoarte), Ana Lisboa, ressaltou a unidade do setor na busca por soluções: “Nossa bandeira vai ser sempre a arte. Produzimos e não temos onde vender. Então, por que não nos unimos por uma causa que gera renda a tantas famílias?”.
O encontro trouxe ao foyer do Centro de Cultura da Câmara a exposição do artesanato de diversas regiões do estado. Peças esculpidas em madeira, produzidas com fibra, metal e material reciclado deram uma demonstração da rica e variada produção do artesanato baiano.