Política

CMS faz sessão especial para comemorar 143 anos de Cosme de Farias

Sessão marcou relançamento do livro Lama & Sangue, escrito pelo "major"
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 23/05/2018 às 19:34
Sessão que comemorou nascimento de Cosme de Farias
Foto: Antonio Queirós

Os 143 anos de nascimento do jornalista e ex-vereador Cosme de Farias foram celebrados pela Câmara de Salvador, com uma sessão especial, realizada na noite dessa terça-feira, 22, no plenário que leva seu nome. A iniciativa foi do vereador Sílvio Humberto (PSB), que justificou o evento pela representatividade da figura do homenageado.

Segundo ele, “é importante neste momento, em que se observa que as informações surgem e desaparecem com tanta facilidade, e as pessoas que se tornam ícones instantâneos desaparecem, valorizar atividades que possam promover, resgatar e preservar a memória do nosso povo é da maior relevância”, e enalteceu a luta de Cosme de Farias contra o analfabetismo. Durante o encontro, foi exibido o documentário “Major Cosme de Farias – O último deus da mitologia baiana”, de 1971.

De família humilde, Cosme de Farias cursou apenas o ensino primário na Escola Benvindo Barbosa, na Conceição da Praia. Em seu curso de vida trabalhou como repórter e adquiriu o direito de exercer a função de rábula (advogado sem formação acadêmica). Na política, cumpriu mandatos como vereador de Salvador e deputado federal. Morreu em 15 de março de 1972, aos 96 anos.

Lama & Sangue

A sessão especial também marcou o relançamento do livro Lama & Sangue, escrito por Cosme de Farias e reeditado pelo advogado Bruno Rodrigues de Lima. Para o jurista, o “advogado dos pobres” é também “um dos principais atores da política baiana”.

Para ele, a narrativa da década de 1920 é inspirada na perda dos direitos das minorias. “Escrevo pelo presente, mas falo pelo futuro”, parafraseou ele o pensamento do “Major”, título que ganhou no 224º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional. Bruno ainda explicou a metáfora utilizada pelo autor: “A lama era a administração do então governador Góes Calmon. E o sangue era derramado pela polícia institucionalizada”.

Sílvio definiu a sessão como “uma aula magistral” e classificou o homenageado como “gente que se importa com gente”. Completaram a mesa solene a coordenadora e professora de História da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e o empresário Clarindo Silva.