Política

Câmara Itinerante em Pau da Lima tem polêmica sobre a saúde na região

Alguns líderes consideram que houve avanços, outros que o atendimento ainda é muito precário
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 14/05/2018 às 19:24
Sessão itinerante, em Pau da Lima
Foto: Antonio Queirós

O atendimento à saúde esteve no centro dos debates na sessão itinerante da Câmara de Salvador, realizada na tarde desta segunda-feira, 14, no auditório do Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Pau da Lima. Participaram representantes de moradores dos bairros de Porto Seco Pirajá, Jardim Cajazeiras, Vila Canária, Sete de Abril, São Marcos, Jardim Nova Esperança, Novo Marotinho, Canabrava, São Rafael, Vale dos Lagos, Nova Brasília e Trobogy.

O vice-presidente do Conselho Regional de Saúde, Deivison Araújo, reconheceu que há muito o que melhorar, mas elogiou as ações do Poder Executivo: “Avançamos muito nos últimos oito anos. A gestão do prefeito ACM Neto tem desenvolvido um excelente trabalho. Saúde é um problema crônico, grande parte por causa do governo federal. É só olhar o número de postos de saúde que foram inaugurados na região pela prefeitura”.

Já presidente da Associação dos Palestrantes Comunitários da Bahia, Roque Santos, contestou: “Quem diz que a saúde está boa na nossa região, com todo respeito, está faltando a verdade. Está tudo precário, não tem médicos, uma condição caótica. A gente, para ter uma consulta, precisa dormir na fila. Temos que melhorar muito em todos os aspectos para alguém poder dizer que estamos sendo atendidos com dignidade”.

Prioridades

O vereador Uziel Bueno (Podemos) pregou uma cidade mais igual: “Saúde pública e educação devem ser encarados como prioridades. Temos que estar atentos sobre quem está ao lado do povo e quem está a serviço de empresários. O sistema é bruto, mas não pode ser só para o povo”.

Kiki Bispo (PTB) também saiu em defesa do Município: “O prefeito ACM Neto tem feito, inegavelmente, um grande trabalho pela região de São Marcos e Pau da Lima. Os investimentos têm melhorado, sensivelmente, o atendimento em saúde para essas comunidades”.

Demandas encaminhadas

A atividade representou a 32ª sessão ordinária deste ano. O presidente Leo Prates (DEM), destacou que na próxima sessão o Legislativo soteropolitano ultrapassará o número de atividades plenárias de 2016: “Muito feliz com a realização de mais uma edição deste projeto, que aproxima este Legislativo dos cidadãos de Salvador. Satisfeito, também, por alcançarmos esse significativo marco, que é de superar o número de sessões de todo 2016, que também foi ano eleitoral”.

Ao explicar a importância do projeto, sua coordenadora, Aladilce Souza (PCdoB), ressaltou a força do povo da região de Pau da Lima: “A nossa ideia é chegar mais perto da população para que os cidadãos consigam ver seus vereadores. O que foi falado aqui prometemos levar adiante, procurar as secretarias competentes e dar um retorno. Essa região, que tem uma tradição de luta muito grande, sediou um grande debate”.

Ainda nesta segunda-feira, a CMS realizou uma audiência pública, no auditório do Edifício Bahia Center, sobre as questões relativas à cultura e reparação na revisão da Lei Orgânica do Município (LOM). O debate ocorreu nesta segunda-feira (14), no auditório do Edifício Bahia Center.

Segundo o presidente da Comissão de Cultura da Casa, Sílvio Humberto (PSB), “o objetivo desta audiência pública foi escutar a sociedade acerca das questões da LOM relativas aos capítulos da cultura e reparação”.

Ele considera importante que a LOM incorpore, por exemplo, a questão das bibliotecas comunitárias: “A LOM precisa ter uma interface com temas referentes a políticas públicas de fomento à cultura, como o Programa de Incentivo à Leitura, do Governo Federal”.

Também presente à audiência pública, o presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador, Moisés Rocha (PT), salientou que “este é o momento de ouvirmos as pessoas que, apesar de não terem mandatos, podem dar importantes contribuições para a revisão da LOM”.

Em sua opinião, “a LOM atual foi sancionada há trinta anos. É necessário que seja criado algum dispositivo que estabeleça a obrigatoriedade de uma revisão há cada cinco anos da LOM, assim como já existe em outras capitais”.

Luiz Carlos Suíca (PT) ressaltou o simbolismo da data da realização da audiência pública (14 de maio): “Para a população negra este foi o dia mais longo da história. Pois um dia após o Império ter decretado a ‘Abolição da Escravidão’ (13 de maio de 1888), os negros descobriram que os problemas continuariam”.

Durante o debate, o representante da Fundação Gregório de Matos, Chico Assis, destacou as políticas públicas municipais de fomento à cultura, como “as ações de incentivo à leitura”. Ele também citou os espaços Bocas de Brasa. São locais onde “instituições realizam projetos de formação, produção e difusão culural”. Atualmente, os espaços Boca de Brasa funcionam em Vista Alegre, Canabrava e Cajazeiras