Política

Situação de moradores de rua é debatida em audiência pública na CMS

Segundo Aladilce, Salvador é a cidade que menos investe no setor entre as capitais nordestinas
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 04/05/2018 às 21:51
A audiência foi realizada no Centro de Cultura
Foto: Reginaldo Ipê

Uma audiência pública, realizada no Centro de Cultura da Câmara de Salvador, na manhã desta sexta-feira, 4, sobe a população em situação de rua. Segundo a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), propositora do debate, a capital baiana é a quem tem o menor orçamento para a assistência a moradores de rua, dentre as capitais nordestinas, com orçamento de apenas R$ 116 milhões, aproximadamente na Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza. “Além de ser um baixo orçamento, quase metade dele é investido na área administrativa da pasta”, disse a comunista.

De acordo com a pesquisa “Caracterização das situações de violações de direitos: mapeamento e contagem da população em situação de rua”, em 2017, a cidade entre 14 mil e 17 mil pessoas nessa vivência.

Para ela, “os direitos humanos à moradia e condições dignas de vida precisam ser respeitados.  É dever do poder público entender as necessidades das pessoas que vivem em situação de rua e construir ações para superarmos essa realidade”.

Homenagem

Logo no início do encontro houve um minuto de silêncio em homenagem a ex-moradora de rua e ativista social Maria Lúcia Pereira, falecida em 25 de abril. Uma frase de sua autoria utilizada na mesa do debate dizia que “a rua não é opção de vida, a rua é falta de opção. A rua, na realidade, é falta de políticas públicas, falta de uma conscientização das nossas gestões”.

Em situação de rua, Jailton Santos Araújo, 42 anos, falou de sua realidade. “Vim de Brasília morar com minha ex-companheira. Quando acabou o relacionamento a minha opção foi a rua”. Ele citou suas principais dificuldades: “fome, desemprego e falta de abrigo”.

Segundo a psicóloga Juliana Prates, coordenadora da pesquisa “Caracterização das Situações de Violações de Direitos: Mapeamento e Contagem da População em Situação de Rua”, 13% das pessoas entrevistadas relataram que nunca receberam auxílio institucional. A pesquisa foi realizada pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Projeto Axé.

Também participaram da mesa de trabalho Henrique Trindade, governador do Distrito 4550 do Rotary E-Club da Bahia; Ezequiel Oliveira, presidente do Rotary E-Club da Bahia; Julieta Portela, representante da Semps; Kadine Bárbara Ferreira Santos, integrante da Secretaria estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre); Henrique Peregrino da Trindade, da Revista Aurora da Rua; Fabiana Miranda, defensora pública; e Andreia Lima, diretora da Organização Social Irmã Dulce (Osid).