Miguel Díaz-Canel deve assumir Presidência da ilha enfrentando grandes desafios econômico-diplomáticos, mas com menos poder que irmãos Castro
Da Redação , Salvador |
18/04/2018 às 17:43
Miguel Díaz-Canel deve assumir Presidência da ilha enfrentando grandes desafios
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(VEJA) A anunciada partida de Raúl Castro, que passará o comando de Cuba para um líder da nova geração política, é uma substituição simbólica para o país, liderado pelos Castro durante os últimos sessenta anos. Pela primeira vez, o presidente não terá feito parte da geração “histórica” da revolução de 1959 e não vestirá farda militar. Também será a primeira vez que a liderança da governista e única sigla do país – o Partido Comunista de Cuba (PCC) – e a Presidência serão exercidos por duas pessoas diferentes.
Tudo indica que o primeiro-vice-presidente, Miguel Díaz-Canel, de 57 anos, será o próximo presidente da ilha caribenha, presidindo o Conselho de Estado, máximo órgão do governo de Havana. Homem formado no PCC, Díaz-Canel é o número dois do governo desde 2013 e foi preparado para assumir a posição.
A transição, entretanto, tem mais simbolismo do que peso político, sendo parte de um roteiro bem orquestrado pela atual gestão. A ilha continuará sendo comandada pelo Partido Comunista e, portanto, por Raúl Castro, que manterá a posição de primeiro-secretário da legenda, aos 86 anos.
“Ele não está abrindo mão do poder, está só trocando de posição política com Canel. É algo similar ao que Vladimir Putin vem fazendo na Rússia nos últimos anos”, explica o cubano Sebastian Arcos, diretor associado do Instituto Cubano de Pesquisa da Universidade Internacional da Flórida e ex-membro do Comitê Cubano para os Direitos Humanos (CCPDH), a primeira organização independente do tipo no país.
“Cuba não vai mudar seu sistema, tudo isso é apenas para dar uma aparência de transformação”, complementa.