O projeto do Bus Rapid Transit (BRT), anunciado pela Prefeitura, prevendo a remoção de 579 árvores centenárias das avenidas Juracy Magalhães e Antonio Carlos Magalhães, além de intervenções nos rios Lucaia e Camarajipe, foi criticado por vereadores de oposição na tarde desta terça-feira, 3, na Câmara de Salvador.
Aladilce Souza (PCdoB) questionou a falta de transparência por parte do Município e o que chamou de ausência de debate com a sociedade. Ela disse ter encaminhado ofício ao prefeito ACM Neto solicitando a íntegra do projeto e as informações a respeito dos custos das obras e os impactos ambientais causados.
“Estamos falando do BRT mais caro da história do Brasil, em uma ligação (Lapa-Iguatemi) que já foi contemplada pelo metrô, e que prevê um desmatamento brutal em uma região que já sofre com a poluição e o calor intenso”, disse ela.
A comunista recebeu o apoio de Hilton Coelho (PSol), que classificou como criminosa a iniciativa da gestão municipal, em função do desmatamento previsto. Igual posicionamento veio da petista Marta Rodrigues.
Segundo Aladilce, a repercussão da retirada das árvores causou reação da sociedade que, em dois dias, coletou quase 25 mil assinaturas exigindo a preservação das árvores. Técnicos e ambientalistas, revelou a edil, argumentam que diariamente 80 mil pessoas já utilizam o metrô para realizar o percurso Lapa/ Iguatemi e que a melhora da mobilidade na região poderia ser garantida com a utilização de corredores exclusivos de ônibus, evitando assim o custo bilionário e o desmatamento provocado pela obra.
Para a legisladora, o projeto do BRT corre o risco de se arrastar, a exemplo do metrô, que levou 17 anos para ser executado: “Salvador tem péssimas lembranças das grandes obras de mobilidade. A Câmara precisa fiscalizar de perto o projeto do BRT para que esse abuso não se repita”.