Caso tem grande repercussão no país e chamusca ainda mais a combalida democracia brasileira
Da Redação , Salvador |
28/03/2018 às 15:05
Olympio de Sá Souto Maior
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(GLOBO.COM) O procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto citou, na manhã desta quarta-feira (28), tentativa de homicídio ao comentar os ataques à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Nesta manhã, questionado sobre a diferença entre os tiros e outros episódios - como o lançamento de ovos e pedra - e os ataques nas redes sociais, ele respondeu que há tipos penais específicos para cada crime. Foi, quando, citou a possibilidade de "tentativa de homicídio".
“Há tipos penais específicos em relação à incitação do crime e há muito disso nas redes sociais. Por outro lado, há a apologia dos crimes que já foram praticados. Há as ações concretas, direcionadas à prática de lesões corporais, quando se quer estourar os pneus de um ônibus. Pode lesionar até a tentativa de homicídio porque os atos podem culminar com a morte de alguém, assumindo-se o risco, portanto, de produzir a morte”, explicou.
O procurador disse, ainda, que vai pedir a nomeação de promotores especiais para acompanharem as investigações sobre os ataques.
O delegado da Polícia Civil Hélder Lauria afirmou, também nesta manhã, que investiga o ataque à caravana de Lula no Paraná como disparo de arma de fogo com dano provocado.
Ônibus da caravana de Lula é atingido por tiro no oeste do Paraná, diz assessoria (Foto: PT/Divulgação) Ônibus da caravana de Lula é atingido por tiro no oeste do Paraná, diz assessoria (Foto: PT/Divulgação)
Ônibus da caravana de Lula é atingido por tiro no oeste do Paraná, diz assessoria (Foto: PT/Divulgação)
Advogados pedem punição
O procurador deu entrevista à RPC depois que os Advogadas e Advogados pela Democracia, coletivo composto por juristas de todo o Brasil, entregaram um documento a ele, pedindo que os envolvidos nos ataques à caravana de Lula pelo Paraná sejam presos.
Pediram, ainda, que o governo estadual dê explicações sobre o porquê o Paraná foi o “único estado da federação de todos os percorridos pela caravana a não fornecer uma escolta policial para a comitiva dos ônibus”.
Eles reforçam que todo o itinerário da caravana foi entregue às autoridades paranaenses.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) informou que "não houve qualquer pedido formal de escolta da caravana do ex-presidente nem o próprio ex-presidente, embora ele tenha esta prerrogativa".
De acordo com a Sesp, "o paradeiro dele é incerto e não sabido". A pasta ressaltou também que os organizadores da caravana alteraram o roteiro e o cronograma que tinhm sido informados previamente ao Governo do Paraná.
Além disso, a Sesp afirmou que a Polícia Militar (PM) reforçou o policiamento nos locais indicados pelos representantes da caravana.
VEJA
O delegado Wikinson Fabiano Oliveira de Arruda, que atendeu a ocorrência dos disparos contra os ônibus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Espigão Alto do Iguaçu, região Centro-Sul do Paraná, foi afastado do caso pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp). A cúpula da Secretaria não gostou das declarações de Arruda à imprensa.
O delegado afirmou que as marcas nos ônibus eram resultado de disparos de armas de fogo e classificou o caso como tentativa de homicídio. A investigação deverá ser conduzida agora pelo delegado Helder Lauria, chefe da Subdivisão de Polícia de Laranjeiras do Sul, e pelo Centro de Operações Policiais Especiais (COPE). Equipes da unidade já estão em Laranjeiras do Sul.