Operação Cartão Vermelho: PF diz que houve desvios de R$82 milhões praticados por Jaques Wagner
Tasso Franco , da redação em Salvador |
05/03/2018 às 16:43
Luciano Ribeiro: "Wagner terá boa oportunidade de defender-se"
Foto: BJÁ
O líder do bloco da Oposição na Assmebleia Legislativa, Luciano Ribeiro (DEM), acompanhado de demais parlamentares da Minoria protocola neste final da tarde um requerimento com 21 assinaturas dos deputados solicitando da Mesa Diretoria da Casa a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis desvios de R$82 milhões, segundo a Policia Federal na Operação Cartão Vermelho, praticados pelo ex-governador Jaques Wagner, atual secretário de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado. A propina, segundo a PF, foi desviada da obra da Arena Fonte Nova, superfatura.
Luciano Ribeiro disse ao BJÁ nesta tarde de segunda-feira, 5, que a CPI sendo aceita pela Casa é de grande importância para que os envolvidos possam esclarecer dados contidos no inquérito da PF que, de acordo as investigações, o ex-governador Wagner teria recebido R$82 milhões em troca de defender interesses das construtoras envolvidas na obra da Arena Fonte Nova. "O ex-governador terá uma grande chance de defender-se na CPI", frisou o parlamentar.
O líder da Oposição também requereu a PF uma cópia do inquérito para poder ter mais informações a serem lançadas na CPI. Além do caso da Arena Fonte Nova, segundo a revista Veja desta semana, a revista teve acesso a duas outras acusações contra Jaques Wagner "que serão tornadas públicas em breve". De acordo com a Veja, a primeira vem da OAS, onde um dos anexos da proposta de delação do empresário Leo Pinheiro, entregue a PGE, promete revelar que o petista abriu as portas do Palácio de Ondina, para um encontro em que foi tramado um golpe contra o Fundo de Pensão dos Funcionários da Caixa, Funcef.
Segundo a Veja, no encontro, Wagner foi orientado pela empreiteira a interceder junto ao então presidente da Caixa, Jorge Hereda, para convencer a Funcef a adquirir uma participação da OAS Empreendimentos. Em novembro de 2013, a Funcef autorizou a compra de cotas de R$500 milhões da subsidiária da OAS. Em troca a OAS despejou dinheiro na campanha do governador. A outra delação será de uma ONG ligada ao PT da Bahia, o Instituto Brasil e Dalva Sele Paiva.