A movimentação dos vereadores de Salvador gira quase toda em torno do Carnaval. Aladilce Souza (PCdoB) criticou a organização do “Pipoco”, realizado pela prefeitura na noite da terça-feira, 6, com o trio de Léo Santana. O final do percurso foi no Farol da Barra, mas, para surpresa de foliões e motoristas, a via principal da orla não foi interditada, gerando congestionamento de automóveis, que se misturaram aos transeuntes.
Milhares de pessoas tiveram que dividir espaço com carros e ônibus, causando diversos princípios de confusão. Taxistas presos no engarrafamento se queixaram do prejuízo, além dos usuários que tiveram que descer dos ônibus.
Segundo a comunista, a prefeitura foi irresponsável e negligente: “A região do Farol estava com seus principais acessos bloqueados para os foliões, que tinham que se espremer entre os carros. Foi muito empurra-empurra, várias pessoas passando mal e a qualquer momento poderia ter acontecido um acidente maior. O prefeito ACM Neto tem que agradecer por ninguém ter se machucado mais gravemente”.
Ainda de acordo com a edil, a falta de foco do prefeito pode ter sido o motivo para a desorganização do evento: “ACM Neto fica mais preocupado com suas articulações com os ministros de Temer e nas próximas eleições, e acaba se esquecendo de cumprir serviços básicos, como a organização do trânsito no circuito do carnaval. Erros primários que revelam que a cabeça do prefeito está fora de Salvador, por isso tantos problemas no dia a dia da nossa cidade”.
Trabalho infantil no Carnaval
Ireuda Silva (PRB) participou, na tarde de terça-feira, 6, do lançamento da cartilha “Criança não é mão de obra”, na sede do Banco do Nordeste em Salvador, durante evento de capacitação de conselheiros tutelares para o Carnaval. A iniciativa é da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), comandada por Tia Eron, e visa ajudar a combater o trabalho infantil, sobretudo no período da folia.
“Criança que trabalha deixa de estudar e brincar e, consequentemente, de se desenvolver enquanto ser humano. Portanto, preservar a infância e os direitos da criança é um dever de todos nós, atuando em conjunto com órgãos como o Conselho Tutelar e o Ministério Público”, defende a peerrebista.
‘É por causa disso que iniciativas como essa da Semps e da secretária Tia Eron são de suma importância nessa luta que deve ser travada não apenas em épocas de festas populares, mas o ano todo. Preservar a infância e a juventude é assegurar o nosso futuro”, acrescenta.
Ela lembra que em 2017 Salvador registrou 800 casos de trabalho infantil durante a folia. O Circuito Barra/Ondina foi o que registrou o maior número de ocorrências, totalizando 54%. O evento contou ainda com a participação da promotora da Infância Marcia Rabelo e de conselheiros tutelares.
Bloco da Causa Animal
Ana Rita Tavares está apoiando o desfile do primeiro bloco voltado à causa dos animais: o Baby Pet Folia, que sai no Campo Grande quinta, sexta-feira e sábado, com apresentações de André Fanzine e Banda Conexão Negra. A agremiação fará também a abertura oficial do Carnaval da cidade.
“Chegou a hora de mostrar que a nossa luta vale a pena. Faça parte desta corrente do bem. Adquira a sua camisa e manifeste na avenida seu amor pelos animais”, convoca diz a legisladora.
Para o presidente da União das Entidades Protetoras dos Animais da Bahia (Unimais), Carlos Ferrer, “chegou a hora de mostrar que a nossa luta vale a pena. Faça parte desta corrente do bem. Adquira a sua camisa e manifeste na avenida seu amor pelos animais”
A festa é para os animais, mas por segurança eles não poderão participar. O abadá pode ser trocado por 1kg de ração, na sala da Terra Verde Viva, Edifício Sulamérica, que fica na Rua da Ajuda, 5º andar.
Casa do Carnaval
Sabá (PV) participou da inauguração da Casa do Carnaval pelo prefeito, na segunda-feira, 5, e elogiou: “O museu é mágico. Para o baiano destaca importantes elementos da construção de sua identidade e, para o turista, imprime nossa cultura de forma contagiante”.
O verde apoia as manifestações culturais nos bairros, através do projeto Samba de Qualidade, que leva música popular para as comunidades carentes. Tem incentivado artistas locais, como Pagodart, Nossa Juventude e Harmonia do Samba e enalteceu a importância do espaço para registrar a história e relembrar recortes marcantes da cultura e tradicional festa baiana.
Patrocínios mais divididos
Presidente da Comissão Especial do Carnaval, Moisés Rocha (PT) defende que a Prefeitura repasse às entidades carnavalescas um percentual do montante arrecadado com patrocínios na festa: “Os blocos afro, por exemplo, são protagonistas na festa momesca e não contam mais com esse suporte financeiro que era decorrente dos patrocínios”.
Em sua opinião, as grandes empresas públicas e privadas têm maior retorno de imagem investindo em parceria com a Prefeitura, “pois suas logomarcas serão inseridas em placas em toda a cidade. Já com o patrocínio de um bloco afro, por exemplo, a exposição das marcas das empresas fica limitada ao trio elétrico e ao carro de apoio”.
O parlamentar diz ainda que a Prefeitura e o Governo do Estado poderiam colocar em prática as conclusões do relatório do “Seminário Panorama Carnaval 2018”, promovido pela Câmara Municipal de Salvador nos dias 5 e 6 de junho do ano passado.
“O evento foi muito bem organizado. E procuramos discutir as propostas com as esferas governamentais do município e do estado. Neste sentido, protocolamos solicitação de reunião com o prefeito e representante do Governo do Estado, mas não tivemos sucesso”, disse ele.
O seminário buscou soluções para a maior festa de rua do planeta. O evento contou com a presença de representantes do Poder Legislativo, órgãos públicos da Prefeitura e do Governo do Estado, Conselho Municipal do Carnaval (Comcar) e representantes do trade carnavalesco (artistas, produtores e dirigentes de entidades culturais).
Moisés se disse “na contramão desta disputa política entre a Prefeitura e o Governo do Estado que leva a uma tendência de abaixar as cordas na folia de Momo”. Ele discorda que essa tendência seja salutar para o Carnaval.
“Esse posicionamento somente beneficia as grandes bandas, que são donas dos blocos também e agora estão arrecadando sem pagar empregos e taxas e sem riscos de não arrecadarem por falta de vendas dos abadás”, avaliou.
Moisés se refere aos grandes nomes da folia que estão desfilando nos circuitos de Carnaval sem cordas e com patrocínio do Governo do Estado da Bahia e Prefeitura.
O parlamentar ressaltou que este cenário acarreta uma ausência de blocos no Circuito Dodô (Barra-Ondina). No Circuito Osmar (Campo Grande), avalia o parlamentar, ainda há desfiles “devido aos blocos afros, que resistem mesmo com inúmeras dificuldades”.
Segundo o vereador, “a ausência de blocos no Circuito Dodô transforma os camarotes em festas particulares, pois não há atrações a serem vistas”. Sendo assim, ele defende um Carnaval eclético. “O modelo ideal de Carnaval contempla o folião pipoca, os trios sem cordas e os blocos. Há espaço para todos”, apontou.