Política

Vereadores da oposição tentam impedir fechamento de escolas municipais

Marta Rodrigues voltou a criticar a gestão da Educação na gestão de ACM Neto
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 29/12/2017 às 20:47
Reunião dos vereadores com mães de alunos
Foto: Reginaldo Ipê

Os vereadores Sidninho (Podemos), Sílvio Humberto (PSB) e Marta Rodrigues (PT), integrantes da Comissão de Educação da Câmara de Salvador, mais a colega Aladilce Souza (PCdoB), se reuniram com mães de alunos e professores das escolas municipais Cosme de Farias e Allan Kardec. O aconteceu na última quarta-feira, 27, quando os parlamentares foram informados que a Secretaria Municipal da Educação (Smed) fechará algumas unidades da capital baiana.

“A Allan Kardec tem sala de aula com 15 alunos, o que para a Smed é pouco, mas para nós é a quantidade ideal. As crianças são do Alto das Pombas e do Calabar, na maioria, e a escola é localizada numa zona que não tem conflitos. A questão da segurança também é importante”, afirmou Rosana Santos, mãe de uma aluna do estabelecimento.

Existe também preocupação com o fechamento dos colégios Cosme de Farias e Sóror Joana Angélica. De acordo com a Smed, haverá uma nucleação com a Escola Professor Alexandre Leal Costa.

Para Sílvio Humberto, a medida vai impactar no aprendizado dos estudantes: “Estamos falando de escolas onde não existem distorções idade e série, além de trabalhadores e trabalhadoras da região que precisam de escolas próximas para deixar seus filhos. O secretário precisa reconhecer que salas com diferenças etárias precisam ter um tratamento diferenciado”.

Explicações na Smed

No mesmo dia, os edis seguiram para a Smed e levaram o pleito ao secretário de Educação, Bruno Barral. Entre as justificativas para o fechamento estão problemas estruturais e altos investimentos em escolas com poucos estudantes.

“A Allan Kardec chega a ter 13 alunos, numa turma que era para ter 25. O custo da secretaria para manter (a escola) chega a R$ 800 mil por ano”, disse o executivo. Ele disse pretender humanizar os espaços e transformar as escolas numa espécie de “contra turno”, com bibliotecas para as comunidades.

Uma nova reunião com os pais de alunos e representantes da Smed será agendada para o início de janeiro de 2018. O vereador Hilton Coelho (PSOL) participou do encontro com o secretário.

15 escolas fechadas

Marta denunciou também o fechamento de pelo menos 15 escolas na capital baiana. A seu ver, “Neto desprezou novamente a educação em Salvador”. O levantamento foi feito pela APLB-Sindicato, mas deve crescer, tendo em vista que mais unidades serão afetadas com o remanejamento. “Neto segue o mesmo caminho do governo ilegítimo de Temer, que congelou por 20 anos verba da educação. Ele está fazendo o mesmo em Salvador, fechando escolas, diminuindo turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA)”, declarou.

A petista elenca uma série de ‘absurdos’ praticados ao longo do ano pela prefeitura na cidade: “Acabamos 2017 com escolas fechadas, direitos de trabalhadores não cumpridos, com o segundo ano sem reajuste. Um ano sem merenda escolar e sem fardamento, unidades sem aula por falta de gás de cozinha, turmas sem material didático”.

Atualmente a cidade tem 169 mil alunos de 0 a 5 anos na educação infantil, mas disponibiliza apenas 25 mil vagas: “Um ano de retrocessos em todos os sentidos. A prefeitura não tem vagas para a educação infantil e nada fez, disponibilizando vagas por meio de um sorteio”.

Em Pau Miúdo, lembra ela, até hoje a escola municipal tem servido como depósito de lixo e entulho, mesmo após a promessa de reforma e entrega à população feita em 2016: “Não há sequer indícios de obras no local, recebo denúncias constantes de que o lixo só aumenta”.