Política

Capoeirista Mestre Itapoan recebe Medalha Zumbi dos Palmares da CMS

Iniciativa foi do vereador Luiz Carlos Souza
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 21/12/2017 às 19:20
Mestre Itapon (de barba branca) recebe homenagem
Foto: Antonio Queirós

A Câmara de Salvador homenageou, na tarde desta quinta-feira, 21, com a Medalha Zumbi dos Palmares, Raimundo Cesar Alves de Almeida, o Mestre Itapoan, discípulo de Mestre Bimba, numa iniciativa do vereador Luiz Carlos Souza (PRB). A honraria é dedicada a pessoas atuantes na difusão da cultura afrodescendente, no combate ao racismo, discriminação e intolerância em Salvador e no estado da Bahia.

Por conta da emoção, o discurso do homenageado foi interrompido em três momentos. Foi aplaudido de pé quando chorou ao lembrar do esforço que a mãe fez para dar educação e formação na capoeira. Sobre a história da arte na Bahia, ele destacou os avanços, mas lembrou as dificuldades para o reconhecimento.

“São 53 anos de capoeira. No Código Penal, antes de 1942, nossa arte era considerada crime. Ser vadio, vagabundo e capoeirista eram a mesma coisa. Foi muita luta para conseguirmos mudar isso. Não posso esquecer da importância de Manoel dos Reis Machado, o Mestre Bimba. Essa Medalha não é só minha. É de todos vocês que contribuíram para isso”, declarou.

Vale a pena ser correto

Luiz Carlos também enalteceu a trajetória do mestre e o trabalho realizado pela divulgação da arte: “Com grande alegria e emoção, tenho a oportunidade de conceder a honraria a esse grande nome da capoeira. Todos nós devemos nos sentir homenageados. Mestre Itapoan mostra que vale a pena ser correto e lutar pelo o que acreditamos”.

Nos relatos, os admiradores do capoeirista foram unânimes em destacar a força dedicada por ele na defesa da arte. “Fico muito feliz em ver os órgãos públicos reconhecerem a importância da arte”, disse Manuel Nascimento Machado, conhecido como Mestre Nenéu.

“Mestre Itapoan leva a capoeira para os locais mais longínquos. Só muito amor pela capoeira para transformar isso num ideal de vida. Ele é uma verdadeira roda vida da capoeira”, elogiou Hélio Campos, o Mestre Xaréu.