Política

IMBASSAHY deixa governo TEMER e deve ser substituto por CARLOS MARUM

Centrão esvaziou o trabalho de Imbassahy e também parte de deputados do PSDB
Tasso Franco , da redação em Salvador | 08/12/2017 às 17:11
Leia carta de Imbassahy a Temer
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   Esvasiado pelo Centrão e com o presidente Temer disposto a promover a Reforma da Previdência no próximo dia 18, o ministro secretário de governo, Antonio Imbassahy, solicitou a exoneração do cargo (veja carta na integra abaixo) e será substituido pelo deputados Carlos Marun (PMDB-MS), o principal articulador desse grupo e que passará a ser o interlocutor junto a deputados.
 
   À frente da Secretaria de Governo, Carlos Marun será responsável pela articulação política do governo. Caberá a ele a interlocução entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. O nome de Marun para o ministério já era cotado desde novembro e chegou a ser anunciado nas redes sociais do Palácio do Planalto.
 
   Há uma avaliação no Palácio do Planalto de que Imbassahy já estava inviabilizado na função por não ter interlocução com o "Centrão" e porque só conversava com uma parcela do PSDB.
 
Durante a análise da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, inclusive, Imbassahy foi esvaziado pelo "Centrão", o que levou o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, a assumir a articulação política.


    A CARTA DE IMBASSAHY
   Brasília, 8 de dezembro de 2017
   Senhor Presidente, Michel Temer

   Fazer parte do seu governo foi, para mim, uma honra. Atuar na articulação
política em um período de radicalização pós-impeachment, com uma grande
fragmentação partidária, em meio a enormes dificuldades econômicas e fiscais,
representou um grande desafio.
Sob extraordinárias turbulências políticas, foram enviadas ao Congresso Nacional
proposições relevantes e transformadoras para o país, a exemplo da nova Lei
Trabalhista e da reforma do Ensino Médio. Levadas ao voto, todas aprovadas.
Agora precisamos novamente do apoio do Congresso para avançar com a reforma
da Previdência, garantindo sustentabilidade ao sistema em benefício das
próximas gerações.
Trabalhei sempre com o foco em manter a estabilidade política do país, por
acreditar que, sem ela, avanços necessários não são possíveis, e com a esperança
de estar contribuindo para um futuro melhor para os brasileiros.
Não há dúvidas de que o país tem trilhado momentos decisivos. A economia saiu
da mais profunda recessão. A democracia brasileira se fortaleceu. Executivo e
Parlamento governam juntos em razão da sua capacidade de liderança, de
diálogo, de temperança e da coragem em fazer o que precisa ser feito.
Tenacidade e obstinação não lhe faltaram. Driblou crises e dificuldades, sempre
valorizando e robustecendo as nossas instituições.
Presidente, assisti também a momentos de sofrimento por ataques virulentos que
recebeu e a sua implacável resistência sempre pensando no melhor para o país.
O Brasil saiu do atoleiro no qual se encontrava e não parou. Pelo contrário,
estamos seguindo em frente, embora ainda muito esteja por ser feito.
Agora, senhor Presidente, novas circunstâncias se impõem no horizonte.
Agradeço ao meu partido, o PSDB, que entendeu que, após trabalhar pelo
impeachment, e por coerência com a sua história, não poderia se omitir nesse
processo de recuperação do país. Decidiu apoiar o seu governo sem contrapartida
alguma, além de um compromisso programático que Vossa Excelência vem
rigorosamente cumprindo.
Agradeço também aos colegas do Ministério, deputados, senadores, a toda
equipe de governo e a minha família pelo acolhimento, compartilhamento e
compreensão das nossas tarefas.
Peço que aceite a minha exoneração na certeza de que continuarei a contribuir
com o nosso país na Câmara dos Deputados, onde tive a honra de ser levado
pelos brasileiros da Bahia.
Expresso meu sincero e profundo agradecimento pela confiança, pela suavidade
no trato, respeito e cordialidade que sempre dispensou a mim.
Fraternalmente, do amigo
Antonio Imbassahy