Uma sessão mirim com a participação de crianças autistas foi realizada na manhã desta terça-feira, 5, na Câmara de Salvador, pelo vereador Cezar Leite (PSDB). Ele classificou o evento como muito importante, pois, a seu ver, “é uma ação que traz os jovens para participar da vida política dessa cidade. Quando trazemos crianças autistas já se torna um fato muito significativo para mim e para o segmento”.
Ele presidiu o encontro, que contou com a presença de representantes da Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA). Conhecido pela atuação à causa autista, o tucano já apresentou vários projetos relacionadas ao segmento, como o projeto de lei que obriga os estabelecimentos públicos e privados a inserirem placas e avisos em filas de espera, promovendo atendimento prioritários para pessoas com espectro autista.
“Me vejo como um ‘representante raiz’. O setor sempre precisou disso. Inclusive tenho um filho e um assessor com autismo. O evento é importante para abrir o olhar para questão. Sobre quais dificuldade passam para acessar a saúde, educação, inclusão, acessibilidade nas ruas e muito mais”, declarou.
Bulying
A mesa de trabalho do encontro foi formada pelos jovens Emmerson Santos, como 1º secretário, Cauã Souza, como 2º secretário, e Otávio Santos, como 3º secretário. Os três discursaram sobre o espectro autista e destacaram a felicidade de estar na AMA, aprendendo a ler e escrever, além de expor suas dificuldades nas instituições de ensino tradicionais, por conta das violências sofridas.
“Sofri bulying várias vezes. Sempre fico assustado quando penso em ir para a escola. Hoje, desisti de ir, pois os meus colegas me batem”, confessou Otávio Santos. A presidente e coordenadora do AMA, Rita Brasil, disse que a entidade tem 208 alunos matriculados. Informou também que existe uma fila com mais de 450 crianças e adolescentes para atendimento educacional.
“Fico feliz com o trabalho realizado pela AMA, pois fazemos um trabalho em paralelo com o ensino tradicional. Infelizmente, temos problemas: poucos professores e a nossa estrutura não é adequada para comportar todos estudantes. Pedimos respeito, pois geralmente em escolas tradicionais não somos respeitados”, disse ela.
Ao final da Sessão Mirim, as crianças apreciaram o rico acervo histórico da Casa, conferiram a galeria dos personagens importantes de Salvador e da Bahia, além de achados arqueológicos, mobiliário e maquetes.
“A importância dessa sessão não está apenas no fato de trazer esses pais e jovens para a Câmara, mas pelo o fato de possibilitarmos que cada um deles se sintam incluídos e acolhidos”, declarou o coordenador do Memorial, André Carvalho.