Política

Polêmica sobre ideologia de gênero esquenta debates na Câmara de SSA

Debate foi interrompido por falta de quorum no plenário
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 28/11/2017 às 19:28
Sessão desta Super Terça na CMS
Foto: Antonio Queirós

Um debate curto, interrompido pela falta de quórum, discutiu, nesta Super Terça da Câmara de Salvador, a diversidade sexual e a LGBTfobia. Após os pronunciamentos dos quatro vereadores (dois da oposição e dois da situação) o plenário foi se esvaziando, até ficar com apenas 12 parlamentares (o quórum mínimo exigido pelo Regimento para a continuidade das sessões é 14).

Marta Rodrigues (PT) começou falando sobre o preconceito e as dificuldades históricas enfrentadas pelos homossexuais e sugeriu a inclusão de estudos sobre a diversidade sexual nas instituições de ensino: “Precisamos construir nessa Casa uma reflexão sobre os estigmas da sexualidade humana e trabalhar a diversidade nas escolas”.

Em seguida, Ricardo Almeida (PSC) contestou os argumentos da petista: “Só existe o gênero masculino e feminino. Biologicamente, toda raça é humana. Todos merecem respeito, independentemente das escolhas sexuais, mas não podemos dizer que concordamos. A pessoa não nasce e depois decide se é homem ou mulher. A Bíblia diz que homem é homem e mulher é mulher”.

Armadilhas da esquerda

Terceiro a falar, Hilton Coelho (PSol) defendeu um duro combate à violência sofrida pela comunidade LGBT: “As pessoas vêm sendo oprimidas e violentadas das mais diversas formas. Lésbicas, gays, bissexuais, transexuais estão sofrendo. Devemos ter a exata noção que estando tratando da felicidade e da integridade física de seres humanos”.

Para Alexandre Aleluia (DEM), o tema e os símbolos empregados para sustentar o debate sobre LGBTfobia, “não passam de armadilhas de partidos de esquerda” para conseguir adeptos. “Estão utilizando as crianças para filiar partidários de forma mais fácil porque sabem que o discurso de luta de classes não cola mais. Não tem essa história de contabilizar e fazer um recorte apenas nas mortes de LGBT. Vivemos uma ideologia da morte de cidadãos em todo o país e, na Bahia, a violência é ainda mais presente”, argumentou.

Sem agressões

Em nota enviada à imprensa, Marta Rodrigues reafirmou ser “importante trazer este tema para esta Casa, responsável por elaborar as leis e as políticas públicas para dirimir os preconceitos. Mas o debate precisa ocorrer de maneira equilibrada, sem agressões aos LGBTs e às diferenças, como tem ocorrido nos espaços políticos”.

A seu ver, o momento pelo qual o Brasil e Salvador passam tem se destacado pela disseminação do ódio, do machismo, do racismo e da LGBTfobia: “Não podemos nos calar diante de tantos absurdos promovidos por pequenos grupos de conservadores que querem manter seus privilégios, dando continuidade à segregação e a discriminação que os fizeram se manter no poder”.

Uma discussão dessa importância, acrescentou, não pode ser diminuída por vieses religiosos: “A liberdade de expressão, o direito de escolha e a justiça social estão em nossa Constituição e merecem ser respeitados. Diversidade de gênero, sim! Lutar contra a LGBTfobia, sim. Por um mundo de paz e de respeito às diferenças”.