A vereadora Marta Rodrigues (PT) declarou nesta quarta-feira, 1º, que não há muito o que comemorar neste Novembro Negro, mês em que se homenageia Zumbi dos Palmares e o Dia da Consciência Negra. Segundo ela, “há, na verdade, muita luta para bloquearmos os retrocessos que estão sendo impostos no Brasil, após o golpe contra a presidente Dilma”.
Em sua opinião Salvador também tem sofrido no governo de ACM Neto com uma série de impactos nas políticas públicas para o povo negro, com ações e projetos da prefeitura – desde a construção do PDDU – que não priorizam a questão racial na capital baiana: “No PDDU, de mais de 500 páginas, apenas um parágrafo trata da questão racial em uma cidade com a maioria da população negra. Ele também não incorpora raça/cor na territorialização das suas políticas ou projetos”.
Ela lembra ainda do Projeto Revitalizar, aprovado na Câmara: “Há uma tentativa de elitização do Centro Antigo para atender aos turistas e o empresariado que não leva em conta a vida e a rotina dos moradores. Com o Revitalizar muito provável que eles percam suas moradas e seus trabalhos e migrem para as periferias”.
A petista classifica de elitista a política do gestor democrata que, conforme diz, atende e acompanha o mesmo modelo do governo do presidente ilegítimo Michel Temer: “Citei aqui apenas alguns das ações do prefeito, mas são muitas. Mas não poderia ser diferente. Neto apoia um presidente que cria portaria alterando definições de trabalho escravo para beneficiar ruralistas”
Enquanto o Ministério dos Direitos Humanos tem o menor orçamento da Esplanada para 2018 – R$ 271 milhões -, a prefeitura prevê para a Secretaria Municipal de Reparação, para o mesmo ano, R$ 5.228.000. “É um valor insignificante diante da ausência de tantas políticas públicas de reparação para o povo negro. O Ministério, capitaneado pela aliada de Neto, a Luislinda Valois, sequer teve a decência ética de se pronunciar sobre a tentativa de retomar o trabalho escravo”, diz.