Política

Câncer de mama e luta de taxistas são temas da Tribuna Popular na CMS

Os taxistas se queixaram do que chamam de concorrência desleal com Uber e 99 Pop
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 30/10/2017 às 19:08
Kátia Baldini fala na Tribuna Popular
Foto: Antonio Queirós

Representantes do Núcleo Assistencial para Pessoas com Câncer (Naspec) e dos taxistas ocuparam a Tribuna Popular da Câamara de Salvador nesta segunda-feira, 30, para defender suas áreas de atuação. Kátia Baldini, representante do Naspec chamou a atenção para a necessidade de implantação de políticas públicas para o enfrentamento da doença.

Segundo ela, atualmente as mulheres diagnosticadas com o tumor ainda são submetidas à espera de seis a oito meses para o procedimento de biopsia: “É muito importante o lacinho rosa para alertar, mas só isso não muda a realidade. A situação ainda é muito crítica. O que vemos é o atendimento ágil através de planos de saúde, mas não no SUS”.

Ela discursou a convite da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, e, de acordo com a presidente do colegiado, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), é preciso garantir atendimento para mudar o atual quadro, que, conforme o Naspec, soma 35 mortes diárias decorrentes do câncer de mama. “Não adianta ter centenas de vagas, se estas mulheres não tiverem acesso ao tratamento e o diagnóstico precoce”, frisou.

Comentando os dados apresentados pela entidade, Kiki Bispo (PTB) considerou “uma sentença de morte” a espera de até oito meses. Ele lamentou ainda a falta de atendimento suficiente do Hospital da Mulher, na Cidade Baixa. “É inaceitável que o Hospital da Mulher não tenha as portas abertas para a finalidade prometida”, criticou, cobrando do governo estadual agilidade no atendimento.

Sílvio Humberto (PSB), Hilton Coelho (PSOL), Odiosvaldo Vigas (PDT) e Joceval Rodrigues (PPS) também discursaram em prol do trabalho realizado pelo Naspec.

Concorrência desleal

Já o presidente da Cooperativa Associativa de Assistência dos Taxistas (Coastaxi), Gilberto de Oliveira e Silva, protestou contra os serviços de transporte por aplicativos que funcionam em Salvador. A principal reclamação, disse ele, é quanto à falta de regulamentação para empresas como Uber e 99 Pop atuarem.

“É uma concorrência desleal, já que estas empresas que vêm de outros países e nada pagam ao Município, ao Estado e à Nação. Não queremos tirar o emprego de ninguém, mas cobramos que eles também paguem os tributos que pagamos”, reivindicou.

Nas galerias, taxistas exibiam cartazes pedindo a aprovação do Projeto de Lei da Câmara Federal (PLC) nº 28/17, que regulamenta o transporte por aplicativos. “Não somos contra a tecnologia e defendemos que permaneçam trabalhando, mas de forma legal e íntegra”, declarou também na Tribuna o taxista João Adorno.

Aladilce, Leo Prates (DEM), Sílvio Humberto (PSB), Joceval Rodrigues (PPS), Hilton Coelho (PSOL) e Kiki Bispo (PTB) declararam apoio à reivindicação dos taxistas. Conforme Joceval, a população aderiu aos transportes acionados por aplicativos por conta do custo benefício. Porém, alertou: “Cobram mais barato por causa de uma concorrência desleal”.