A obstetra Mônica Almeida Neri (diretora-geral da Maternidade Climério de Oliveira), o lutador Júnior Cigano, o forrozeiro Targino Gondim, o repentista Bule-Bule e a professora Vanda Machado são algumas das personalidades homenageadas pela Câmara de Salvador neste mês de outubro.

Mônica Neri recebeu, na noite de quinta-feira, 19, a Comenda Maria Quitéria, por iniciativa da vereadora Ireuda Silva (PRB). Ela justificou a honraria pelo fato da médica “representar de forma tão brilhante o protagonismo e o engajamento da mulher no sentido de contribuir para o desenvolvimento de nossa sociedade em todos os âmbitos”.

Além disso ela preside a Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino (Abrahue), e, de acordo com a edil, tem “um amplo e evidente trabalho voltado para a qualidade de vida e para o bem-estar da comunidade”.

Emocionada, Mônica Neri agradeceu a honraria, que compartilhou com todos os colaboradores e parceiros “da busca pela qualificação da assistência à saúde materno-infantil no estado da Bahia”. Segundo ela, a Comenda Maria Quitéria representa o reconhecimento “por um trabalho comprometido com a saúde da mulher e da criança”. Seguindo também carreira médica na PM, brincou com o poder das mulheres: “Homens, fiquem ligados. As mulheres ainda não dominaram o mundo porque estão escolhendo o vestido”.

Junior Cigano

Campeão mundial dos pesos-pesados de MMA, Junior Cigano, foi agraciado com o o Título de Cidadão da Cidade do Salvador nesta sexta-feira, 20, através de proposição de Felipe Lucas (PMDB). Natural de Caçador, interior de Santa Catarina, Junior dos Santos Almeida mudou-se para Salvador em 2005, aos 18 anos. Na capital baiana, foi apresentado ao jiu-jitsu, esporte que o revelou para o mundo com o título do Ultimate Fighting Championship (UFC), em 2011.

“Cigano é um exemplo de vida para os jovens e crianças. Um garoto que chegou em Salvador com 80 reais no bolso, ralou muito como garçom, chegou a lavar pratos para sobreviver, e encontrou no esporte a força para superar toda dificuldade. Como ele mesmo diz: o Junior é de Santa Catarina, mas o Cigano nasceu em Salvador e esse título quer exaltar a história desse campeão”, diz o pemedebista.

Targino Gondim

Outro cidadão soteropolitano é o salgueirense (PE), criado em Juazeiro (BA), Targino Gondim, que teve sua homenagem na última terça-feira, 17, pelas mãos de Aladilce Souza (PCdoB). Para ela o músico é baiano: “Ele só nasceu em Pernambuco, mas foi criado no nosso estado. E sua contribuição à cultura e a arte é inestimável”. Assim, “é mais do que justa essa homenagem a um poeta que representa tão bem um ritmo de raiz do estado da Bahia”.

O homenageado é sanfoneiro, cantor e compositor. Também é curador e criador do Festival Internacional da Sanfona. Em 2017, o artista vencedor do Grammy e do Prêmio da Música Brasileira, comemora seus 22 anos de carreira.

Em resposta, ele disse que seu trabalho “é focado na Bahia. E sempre estou em Salvador entre fevereiro e julho. Aqui é um local onde é possível divulgar a nossa música. Acredito que esse reconhecimento vem pelo fato de eu estar muito envolvido com esta cidade”.

Bule-Bule

Também por proposta de Aladilce o sambador, repentista, cordelista e forrozeiro Bule-Bule será o primeiro artista a receber a Medalha do Mérito Cultural na próxima terça-feira, 24, às 16h30min. A honraria foi criada no ano passado por indicação da comunista.

Conforme disse ela, a ideia de criar a medalha de Mérito Cultural teve como objetivo homenagear as pessoas responsáveis por promover a cultura em Salvador. “Após a criação da medalha, decidimos entrega-la a Bule-Bule, esse artista fantástico que merece todo o reconhecimento pela importância cultural que tem na nossa cidade”, revelou.

Com quase 50 anos de carreira, o Mestre Bule-Bule nasceu na cidade de Antônio Cardoso, na Bahia, lugar que serviu de arcabouço cultural para sua formação artística. Com mais de 100 títulos de cordéis publicados, 8 discos e 2 DVD’s, o Mestre leva sua arte para o Brasil e para o mundo, e já se apresentou ao lado de nomes como Gilberto Gil e Tom Zé. Em 2008, recebeu a Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura.

Vanda Machado

Já a professora e escritora Vanda Machado será distinguida com a Medalha Anísio Teixeira, segundo decisão dos membros da Comissão de Educação, Esporte e Lazer da CMS, no dia 18 passado. A proposta foi apresentada pelo vereador Sílvio Humberto (PSB).

A honraria, concedida anualmente pelo colegiado a profissionais que se destacam na área da educação, foi criada no ano 2000 e carrega o nome de um dos maiores e mais reconhecidos educadores do Brasil e do mundo. Para o peessebista a trajetória da mestra, que é doutora em Educação e pesquisadora da cultura afro-brasileira, justifica e dignifica a homenagem.

“A professora Vanda Machado é um dos grandes nomes da educação no nosso estado e no País. A sua dedicação à formação crítica dos alunos e a sua luta contra a desigualdade racial, mais do que justificarem, enobrecem esta Casa Legislativa, que tem também como finalidade o bem comum”, defendeu.

Ela tem sua vida acadêmica dedicada à Educação Étnico-racial e é criadora do Projeto Político Pedagógico Irê Ayó, na Escola Eugenia Anna dos Santos, no Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá (São Gonçalo do Retiro). O projeto obteve o reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) e se tornou uma referência no ensino da História da África e da Cultura Afro-Brasileira muito antes da chegada da Lei 10.639/2003.