“Se não debatermos o Aeroclube, este espaço pode voltar a ser da iniciativa privada”. A afirmação é da vereadora Marta Rodrigues (PT) para quem o destino da área de 240 mil metros quadrados, localizada na Boca do Rio, precisa ser debatido com a população antes de qualquer decisão da prefeitura.
Segundo ela a falta de discussão com a sociedade civil sobre o espaço pode resultar em decisões que fiquem a critério do Executivo Municipal para beneficiar unicamente a iniciativa privada.
Na opinião da petista “a prefeitura, especialista em fazer marketing com festas, tenta enganar a população com a propaganda de um réveillon naquele espaço, mas em nenhum momento chamou a população para decidir sobre o que eles querem para o local. O réveillon lá, pode, inclusive, ser estratégia para atrair a iniciativa privada”.
Mais participação
A legisladora defende que o gerenciamento das medidas pós-rescisão do contrato com o Consórcio Parques Urbanos e a PMS precisa ocorrer de forma democrática e participativa, para que não se repita no município a promessa não cumprida do prefeito de um parque de lazer popular que nunca foi construído.
“A área foi concedida ao consórcio em 2013 para a construção do empreendimento comercial tendo como contrapartida a construção de um parque de lazer e não aconteceu nem um, nem outro. O que víamos ali era um shopping caro, que sequer condiz com a realidade da população que mora em frente”, disse.
O contrato da Prefeitura com o Consórcio, acrescenta, desconsiderou também o artigo 280 do PDDU, onde diz que “projetos urbanísticos devem contemplar a conservação e valorização dos atributos naturais e construídos de cada parque, estruturando os espaços e equipamentos para o lazer e a recreação das comunidades circunvizinhas, observando o perfil sóciodemográfico e as características culturais predominantes. È algo que não pode se repetir”, declarou.
Recentemente, o juiz da 8ª Vara da Fazenda Pública em Salvador suspendeu o ato administrativo da prefeitura que quebrou unilateralmente o contrato do município com o Consórcio Parques Urbanos. Na decisão o juiz também entendeu que a festa de reveillon anunciada no local pelo prefeito, “caso ocorra, impedirá a produção de provas cruciais para o deslinde do pedido administrativo”.
“A Câmara Municipal de Salvador pela bancada do governo de Neto tem aprovado uma montanha de isenções fiscais, mas não chega à Casa explicações dos objetivos e qual o retorno disso: em emprego, em geração de renda, em espaços de lazer para a população” ressaltou.
Educação no trânsito
Mara promoveu também, na segunda-feira, 25, por meio da Comissão de Transportes da CMS, uma audiência pública com crianças e adolescentes para debater a Semana Nacional do Trânsito. O local foi o Centro Afro de Promoção e Defesa da Vida Ezequiel Ramin (Capdever), no bairro de Sussuarana.
“Se a gente conscientiza as crianças agora, quando elas chegam no período de dirigir e de tirar carteira, já asseguramos não só a defesa da vida deles, como a de todos os que estarão compartilhando a vivência no trânsito”, declarou a edil.
Para ela o ideal é que a discussão e a conscientização da sociedade para a prudência no trânsito aconteçam todo dia: “Na legislatura anterior, apresentei projeto criando a Semana Municipal do Trânsito. Vamos buscar a Transalvador e a Secretaria Municipal de Mobilidade para fazer uma parceria para a educação no trânsito”.
A audiência teve um tom lúdico, com apresentações e leituras dos jovens. Eles foram orientados durante a Semana Nacional do Trânsito – iniciada no dia 18 de setembro – por uma profissional do Detran-BA.
“O Detran nos convidou para as escolas conhecerem uma grande maquete de Salvador e disponibilizou um ônibus para pegar crianças e adolescentes nas escolas. Vamos estar colaborando com essa ação. A questão dos acidentes de trânsito é de saúde pública”, afirmou Marta.