Política

Hilton Coelho critica instalação de CPM no Colégio Estadual D. Leonor

Ele emitiu nota protestando contra o anúncio do Governo do Estado
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 15/09/2017 às 20:27
Hilton: críticas ao Governo do Estado
Foto: LB

A instalação de um Colégio Policial Militar (CPM) na área do já existente Colégio Estadual Dona Leonor, localizado na Fazenda Grande II, foi criticada pelo vereador Hilton Coelho (Psol), integrante da Comissão de Educação da Câmara de Salvador, que emitiu nota pública protestando contra o que chamou de militarização do estabelecimento.

Segundo ele a escola hoje conta com 962 estudantes e tem direito de ser ouvida pela Secretaria de Educação para decidir a respeito de sua destinação. De acordo com o edil o CPM, se implantado, reservaria 70% das vagas para filhos de militares e os outros 30% para sorteio entre Salvador e Região Metropolitana.

É o seguinte o teor da nota:

“O governo estadual, ao que consta, quer instalar um Colégio Policial Militar (CPM) em Cajazeiras, mas não quer construir uma escola, quer pegar uma pronta e transformar. A maioria dos professores são contra a militarização da escola. Se implantado o CPM, 70% das vagas serão para filhos de policiais e 30% para sorteio entre Salvador e região metropolitana. Eles garantem que os que estão continuarão se estiverem enquadrados no regulamento deles, assim como os professores. Não podemos e não vamos aceitar que isso ocorra.

Um governo estadual que se reivindica popular não pode compactuar com ideias da extrema direita e retrógradas. A educação deve ser libertadora e não amordaçada. A militarização da educação civil não pode ser a resposta de um governo democrático aos problemas enfrentados como indisciplina, evasão, violência no ambiente escolar, dentre outros. Em lugar de militarização, que se invista em políticas públicas que combinem educação de qualidade com democracia e cidadania.

Reforçar teses retrógradas é contribuir com educação antidemocrática e autoritária própria da ideologia reacionária do autoritarismo e o elitismo. A escola militarizada forma, ou deforma, pessoas submissas. Sacrifica a criatividade das e dos estudantes, cerceia a ação do corpo docente. Em resumo, é um retrocesso no que conquistamos com a Constituição Federal de 1988, com a LDB 9394/96 e com o Plano Nacional de Educação.

Queremos que a Secretaria Estadual da Educação (SEC) dialogue com a comunidade, com as professoras e professores, que cumpra com as leis dos planos Nacional e Estadual de Educação. Repudiamos o fundamentalismo e a militarização como resposta para os problemas da educação. A sociedade exige que o Colégio Estadual Dona Leonor Calmon tenha liberdade para decidir com gestão participativa, melhoria das condições de infraestrutura das escolas, políticas que possam garantir melhores condições de trabalho, valorização e garantia de professores/as em sala de aula.

Contra a militarização! Por uma escola sem mordaça! Por uma Educação libertadora!”.