Em encontro da Fernem, presidente da Alba disse que modelo atual esmaga os pequenos e médios empresários.
Tasso Franco , da redação em Salvador |
15/09/2017 às 20:48
Coronel durante encontro da Fernem
Foto: Neusa Menezes
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Angelo Coronel (PSD), cobrou do Congresso Nacional uma postura de coragem e altivez para votar uma reforma tributária justa, como forma de evitar o esmagamento dos pequenos e médios empresários brasileiros, que respondem, hoje, por mais de 90% dos empregos diretos no país. A cobrança foi feita no 1º Encontro da Federação das Redes de Negócios Multissetoriais (Fernem), na manhã desta sexta-feira (15), no Hotel De Ville, em Salvador.
Chefe do Legislativo estadual classificou de absurda e vergonhosa o que chamou de guerra da política pequena, numa referência a supostas gestões feitas por políticos junto ao Palácio do Planalto que estariam dificultando a liberação de empréstimos para obras estruturais na Bahia.
“Divergências partidárias não podem atrapalhar o desenvolvimento do Estado e impedir a adoção de medidas, por qualquer que seja a matiz política, que melhorem a qualidade de vida das pessoas”, enfatizou, com veemência.
Coronel exortou os pequenos e médios empresários baianos a cobrarem dos políticos a que são ligados que intercedam junto ao presidente Michel Temer, no sentido de que o referido empréstimo para a Bahia seja liberado o quanto antes. Ele parabenizou a Fernem pelo pioneirismo nacional nos negócios em rede, e disse que este é um dos caminhos para ajudar na retomada da atividade econômica no Estado, com a recuperação da geração de emprego e renda.
“A recessão derrota o Brasil e promove um cenário sombrio. O Brasil tem hoje quase 14 milhões de desempregados, muitos nas ruas das grandes cidades, sem a proteção trabalhista e amparo social, vendendo lanches e bugigangas, tentando resistir à crise”, afirmou. Coronel destacou que é preciso “virar esse jogo” e defendeu uma união de esforços entre governos, políticos, empresários, artistas e setores da sociedade organizada para “devolver a esperança de nossa gente”.
ALBA PARCEIRA
Presidente da Alba ressalvou que com uma carga tributária mais justa, humanizada e menos draconiana, os pequenos e médios empresários do país poderão retomar o protagonismo na abertura de novos postos de trabalho e crescimento da economia baiana.
“A Fernem nasce sob o signo da esperança, com cerca de cinco mil empregos diretos e negócios da ordem de R$ 2 bilhões por ano. Uma estratégia inteligente de sobrevivência em grupo, que gera oportunidades e promove competitividade, e que por isso devemos apoiar inteiramente. A Assembleia Legislativa, que vive um novo momento, está de portas abertas para discutir e aprovar projetos que venham desenvolver o comércio, a indústria, os serviços e demais setores da economia do Estado”, assegurou, Coronel.
Presidente da entidade, Josué Teles Araújo observou que a Fernem é um projeto grandioso e que o encontro era um momento histórico na vida do empresariado baiano. Ele salientou que a Federação tem muitos desafios no futuro, mas com enormes possibilidades de vencê-los. “A Fernem saiu do papel para ganhar a amplitude dos oceanos”, comemorou.
Compuseram a mesa ainda a senadora Lídice da Mata (PSB), os deputados estaduais Ângelo Almeida (PSB), Heber Santana (PSC), o secretário estadual interino de Desenvolvimento Econômico (SDE), Luiz Gonzaga e o coordenador da Fernem, Bráulio Araújo.
A FERNEM
Fundada em março deste ano, a Federação das Redes de Negócios Multissetoriais tem como missão institucional melhorar o nível da competitividade das redes de negócios. É a primeira entidade representativa das Centrais de Negócios da Bahia e uma das primeiras iniciativas do gênero no país. Atualmente reúne 18 centrais, sendo 15 do ramo de supermercados, uma da área de material de construção, uma de móveis e eletrodomésticos e outra do setor de laboratório e análises clínicas.
Tem três objetivos básicos: fortalecer as centrais com suporte técnico e capacitação; arregimentar outras centrais de negócios para a entidade, e incentivar a criação de novas centrais. Responde, hoje, por cinco mil empregos diretos, movimentando negócios da ordem de R$ 2 bilhões/ano. A entidade está presente em 150 municípios baianos. Cerca de 80% de suas centrais estão sediadas no interior do Estado.