O Hospital Especializado Mário Leal, dedicado a pacientes com doença mental, foi alvo da primeira visita da Frente Parlamentar da Saúde Mental e Prevenção ao Suicídio da Câmara de Salvador, nessa quarta-feira, 30.
O presidente do colegiado, vereador Cezar Leite (PSDB) se disse preocupado com o possível fechamento dos hospitais psiquiátricos da Bahia, e fez a vistoria, acompanhado do presidente da Frente Parlamentar de Saúde da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual José de Arimatéia (PRB), e da presidente da Associação de Apoio a Familiares, Amigos e Pessoas Portadoras de Transtornos Mentais (Afatom), Rejane Santos.
O tucano afirmou ter encontrado “uma estrutura extremamente organizada, com almoxarifado, emergência, ambulatórios, farmácia, setor de internamento e refeitório e outros departamentos em condições exemplares – através do esforço dos profissionais empenhados em cuidar de vidas – para tratar pessoas com transtorno mental”.
No dia da visita 28 internos estavam no Mário Leal, a maioria pacientes novos. "Fomos informados pelo setor de estatística que a média de internamento é de 32 dias, tempo médio para o paciente sair do surto, depois de ser medicado e ter passado por psiquiatras e psicólogos“, contou o edil.
Não ao fechamento
A casa de saúde conta com 30 leitos de internação na unidade e oito leitos na emergência de psiquiatria. Referência em saúde mental, assistência 24 horas às urgências e emergências no estado, realiza mensalmente três mil atendimentos divididos entre o ambulatório, emergência e consultas nos setores de Psicologia e Psiquiatria.
A presidente Afatom também é contra a decisão do Governo do Estado de fechar as unidades psiquiátricas. Para Rejane Santos a desassistência às pessoas com transtornos mentais irá gerar um grande impacto social: “Com o fechamento da emergência do Mário Leal, a população de Salvador ficará ainda mais desassistida, isso trará inclusive o aumento da violência, pois um paciente em surto precisa de ajuda especializada com urgência e este hospital entrega para população um atendimento qualificado. Já foram fechados praticamente 900 leitos em toda a Bahia. Os governantes serão responsabilizados por cada vida que não for internada no momento de crise”.
José de Arimatéia classificou o cenário como extremamente preocupante: “Acabar com esse serviço aqui no estado é inadmissível. As pessoas que apresentam algum problema mental não podem ficar desassistidas”.
A nova frente parlamentar da CMS fará, neste mês de setembro, visitas e reuniões com autoridades sobre o fechamento dos hospitais psiquiátricos, além de seguir a agenda com a Campanha Setembro Amarelo, com ações de Prevenção ao Suicídio. Uma delas será a iluminação do Paço Municipal e de monumentos da cidade com a cor da iniciativa.