Kenyatta está na frente e diz que está reeleito
Da Redação , Salvador |
09/08/2017 às 12:16
Local de votação
Foto:
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, parecia ter selado o caminho para seu segundo mandato com uma vitória eleitoral nesta terça-feira (8), mas a impugnação dos resultados por seu rival, Raila Odinga, mergulhou o país em um clima de expectativa.
Kenyatta obteve 54,4% contra 44,74% de Raila Odinga do total de 14,1 milhões de votos dos cerca de 93,5% das urnas apuradas até o momento, anunciou a Comissão Eleitoral (IEBC) nesta terça.
Algumas horas antes, à noite, enquanto o IEBC ia publicando os resultados enviados pelos colégios eleitorais, Raila Odinga denunciou a divulgação de resultados “fictícios”.
“O sistema fracassou. Rejeitamos os resultados publicados até o momento”, denunciou Raila Odinga.
“É uma fraude de uma gravidade monumental. Não houve eleições”, disse Raila Odinga, candidato da coalizão de oposição Nasa.
A oposição acusa o IEBC de não informá-lo das atas que corroborem os resultados transmitidos eletronicamente e divulgados no site da comissão. Odinga também acusa a comissão eleitoral de ter proibido seus agentes de escanearem as atas em algumas seções eleitorais.
Veterano da política queniana e candidato à presidência pela quarta vez, Raila Odinga já havia questionado os resultados nas duas últimas disputas, em 2007 e em 2013.
Em 2013, Odinga denunciou fraudes após a vitória de Kenyatta já no primeiro turno, alegando falha no sistema eletrônico. Recorreu ao Tribunal Supremo, que validou os resultados.
Para vencer no primeiro turno, o candidato deve obter maioria absoluta e mais de 25% dos votos em pelo menos 24 dos 47 condados do país. O IEBC ainda não divulgou a taxa de participação.
Os cerca de 19,6 milhões de eleitores dessa ex-colônia britânica de 48 milhões de habitantes, foram às ruas eleger presidente, governadores, deputados, senadores, representantes locais e representantes das mulheres na Assembleia.
– Confrontos –
Ontem, a votação transcorreu sem problemas na maioria dos 41 postos eleitorais, nos quais longas filas de espera se formaram. E, apesar de alguns problemas localizados relacionados com o sistema biométrico de identificação dos eleitores, o sistema eletrônico parece ter funcionado melhor do que em 2013.
Depois do dia de votação relativamente tranquilo, houve registro de confrontos nesta quarta-feira (9). Por volta de meio-dia (horário local), homens da Polícia de Choque e manifestantes se enfrentaram em Kisumu, grande cidade do oeste do país e reduto eleitoral da oposição.