Representantes da APLB-Sindicato (professores) e da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol/Brasil) ocuparam a Tribuna Popular da Câmara de Salvador na tarde desta segunda-feira, 10. A primeira entidade, através da coordenadora Elza Melo, pediu apoio dos vereadores para as negociações do acordo coletivo deste ano, pois apesar dos profissionais terem reduzido sua reivindicação de reajuste de 19% para 14,5% o Município continua oferecendo 0%.
“O que reivindicamos é que a Prefeitura apresente uma proposta de reajuste linear, contemplando ativos, aposentados e Reda; que respeite a data-base, que é em maio, e que cumpra com o que está previsto no plano de carreira”, disse ela.
Os sindicalista tiveram também uma reunião com o presidente Leo Prates (DEM), quando pediram ajuda da CMS para evitar que os educadores paralisem as atividades por tempo indeterminado. O democrata afirmou ser papel do Legislativo essa intermediação: “A Câmara está sempre à disposição para promover o diálogo que atendam os pleitos da sociedade”.
De acordo com a educadora existe em Salvador um déficit de 100 mil vagas para crianças, o que descumpre as diretrizes do Plano Nacional de Educação. Ela denunciou ainda problemas estruturais nas unidades do Município, a exemplo de fiação exposta, sanitários inadequados, falta de material escolar e fardamento. Contando com o apoio do plenário, Elza Melo entregou uma lista de reivindicações a cada vereador presente na sessão.
Aladilce Souza (PCdoB), Marta Rodrigues (PT), Hilton Coelho (PSOL) e Sílvio Humberto (PSB) apoiaram as reivindicação dos professores. “A Casa do Povo precisa se envolver nesta causa. É uma área fundamental de política pública, qualquer coisa que aconteça na Educação tem repercussão na cidade, na vida das pessoas, por isso a Câmara Municipal tem que acompanhar cada passo desse processo de negociação”, declarou a comunista.
Nesta terça-feira, a categoria iniciará uma paralisação de 48 horas contra o que classificam como descaso do prefeito ACM Neto diante das reivindicações do setor.
Economia solidária
Josélia Machado e Magda Almeida, representando a Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol/Brasil), falaram sobre a importância de garantir incentivos para o setor, responsável direto pela geração de empregos. Elas defenderam a necessidade de regulamentar a Política Municipal de Economia Popular Solidária na cidade.
“O setor, que abriga reciclagem e artesanato, representa uma oportunidade para os excluídos do mercado de trabalho”, disse Magda. Ela chamou a atenção para a questão da carga tributária, o que gera em muitos casos o fechamento de pequenos empreendimentos: “Acabam pagando o mesmo tributo de grandes empresas”.
Autora da indicação para criação da Política Municipal, aprovada em fevereiro na Câmara, Marta Rodrigues disse que “a pauta é fundamental, porque permite transformações nas relações de produção e ajuda na superação das desigualdades sociais”. Da mesma forma, Hilton afirmou que o setor é uma alternativa viável contra a crise econômica enfrentada pelo país.
Também destacando o combate ao desemprego, Josélia salientou que diante da atual realidade, é preciso garantir a sobrevivência dos agentes que promovem a economia solidária nas comunidades. Para entrar em vigor, a Política Municipal Popular Solidária precisa ser instituída pela Prefeitura de Salvador.